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Qual é o papel da disrupção tecnológica no mercado? Veja exemplos dessas práticas

Uma economia de base tecnológica é aquela na qual todas as atividades, de finanças à educação, de saúde à alimentação, são realizadas por pessoas capacitadas para inovar e usar tecnologias para provocar crescimentos exponenciais na economia.

Todo grande momento de mudança carrega os seus sinais, mais ou menos sutis, e não é diferente com a economia de base tecnológica que, cada vez mais, ganha a atenção dos mercados.

Se todos os olhos se voltaram para esse novo universo econômico, os executivos de empresas se dividiram entre dois grupos. Enquanto alguns perdem o sono assistindo às rápidas mudanças do mercado, outros trabalham para inserir os seus negócios nesse novo mundo.

O fato é que, desde a forma como vamos ao mercado até a tecnologia espacial, nenhum setor vai passar inalterado por essa mudança. A disrupção tornou-se uma constante que precisa, principalmente, ser compreendida pelos líderes.

E se você quer entender mais sobre esses novos desafios da atualidade, continue lendo nosso conteúdo!

Qual é o conceito de disrupção?

A disrupção é uma força que quebra com a lógica existente para criar um novo modelo mais eficiente. Ou seja: uma inovação disruptiva acontece quando uma tecnologia chega ao mercado e muda a forma como as pessoas fazem as coisas, criando uma nova situação.

Podemos parar um momento para imaginar como deveria se sentir um artesão que, vivendo na Inglaterra agrária, no século XVIII, vivia de tecer roupas em um negócio familiar, de dimensão comunitária.

Sua rotina oscilava entre preparar o couro, retirar a lã da ovelha, tingir o material e produzir as vestimentas. De repente, passam a chegar das colônias matérias-primas em grande volume e a população passa a se agrupar em vilas que, adiante, dariam origem às cidades.

Então, é inventado o tear mecânico, que acelera a capacidade de produção, mas que não é acessível a esse tecelão. De repente, ele se torna um empregado em uma instituição estranha a todos e recém-criada: a fábrica – e seu mundo não voltaria a ser o mesmo.

Embora seja uma história comum, o que nos interessa nela é um detalhe: a vida do tecelão, a forma como ele comia, os problemas que tiravam o seu sono e o seu projeto de vida, tudo isso foi modificado pelos avanços tecnológicos da época.

E é aí que reside a disrupção: a capacidade de uma força externa, que surge para quebrar com a lógica existente e criar um novo modelo, mais eficiente. Como efeito, também aparece uma nova forma de pensar o mundo.

O que significa disrupção tecnológica?

O que significa disrupção tecnológica?

A disrupção tecnológica é o conceito que define a mudança radical provocada pelo surgimento de uma nova tecnologia.

A inovação, para ser considerada disruptiva, precisa apresentar três principais características: simplicidade, maior eficiência em relação ao produto ou serviço existente e um preço acessível.

Além de tudo isso, ela precisa colocar o cenário anterior em desuso e obsoleto, ou seja, ele para de fazer sentido porque existe algo melhor para substituí-lo.

Um exemplo disso é o surgimento do transporte aéreo comercial, que permitiu que pessoas e produtos fossem transportados pelo mundo de forma rápida e segura.

Outro exemplo é a invenção da internet, que modificou a forma como as pessoas se comunicam, compram produtos e serviços e, inclusive, trabalham.

Um terceiro exemplo é a criação dos smartphones, que trouxe uma série de inovações para o mercado, como os aplicativos. Eles facilitam a vida das pessoas em diversos aspectos, desde a forma de se locomover até o acesso às redes sociais.

Como dá para notar, os exemplos são muitos. A disrupção está aí, à nossa frente, e acontece com grande frequência.

Impacto da disrupção tecnológica no mercado

Quando novas questões e organizações surgem, as velhas instituições não cessam o seu trabalho. Muito pelo contrário, na verdade, ele se torna ainda mais árduo.

Gigantes do mundo financeiro discutem como realizar a migração de seus dados para a computação em nuvem sem perder a segurança e governos se debatem com desafios próprios, como a proteção de dados (LGPD, no Brasil).

Desafios novos, portanto, que se colocam para os gestores das organizações que querem se manter perenes. Onde estão, afinal, os profissionais qualificados para encará-los? Onde estão os espaços educativos que formam esses profissionais para um mercado em transformação?

E mais, diante de uma escassez grande de profissionais e um ambiente profissional tecnológico tão aquecido, como manter os funcionários mais criativos e engajados presentes em um longo prazo?

Essa necessidade se traduz, por outro lado, em oportunidade: profissionais que abraçam esse universo passam a ser cada vez mais cobiçados e são capazes de oferecer resultados impressionantes.

A boa notícia é que não há discriminação de área: médicos que saibam utilizar a I.A. para interpretar exames serão cada vez requisitados e professores capazes de usar metodologias computacionais para demonstrar um aumento de desempenho dos alunos também.

É por isso que, mais do que nunca, gestores de empresas precisam olhar para tecnologia como um caminho para inovação e resposta para os desafios que o próprio nicho de mercado gera.

Conheça 3 tipos de inovação e veja como implementá-las na sua organização

Exemplos de tecnologias disruptivas

Agora que situamos você em relação ao tema, é muito importante trazer também exemplos de tecnologias disruptivas.

Ou seja, tecnologias capazes de trazer mudanças profundas na sociedade e na forma como as pessoas vivem e trabalham.

Algumas dos principais exemplos são:

  1. Inteligência artificial;
  2. Realidade aumentada;
  3. Internet das coisas;
  4. Pesquisas digitais de mercado;
  5. Blockchain;

A seguir, iremos trabalhar sobre esses conceitos!

Inteligência artificial

Exemplos de tecnologias disruptivas

A inteligência artificial (I.A) é uma área da computação que se dedica ao desenvolvimento de programas e máquinas capazes de realizar tarefas que, até então, só poderiam ser feitas por humanos.

Isso, por si só, já é disruptivo. A I.A. tem como objetivo criar máquinas que aprendem sozinhas, imitando o modo de funcionamento do cérebro humano.

Ela também é a base do machine learning, que é a capacidade das máquinas de aprenderem com a experiência, sem que sejam programadas para isso.

Alguns exemplos de aplicações da inteligência artificial são os sistemas de recomendação, chatbots, roteirização de entregas e tradução automática.

Realidade aumentada

A realidade aumentada (R.A) é uma das novas tecnologias que tem como objetivo inserir elementos virtuais em um ambiente real, de forma a enriquecer a experiência do usuário.

Isso é possível através do uso de dispositivos móveis, como celulares e tablets, que são capazes de reconhecer objetos reais e, a partir disso, sobrepô-los com conteúdos virtuais.

Ela é encarada como uma disrupção tecnológica importante, pois, além de criar diferentes experiências, pode ser usada para fins comerciais, como a criação de anúncios personalizados.

Alguns exemplos de aplicações da realidade aumentada são os aplicativos de turismo, que permitem que o usuário visualize informações do lugar apenas apontando o celular para ele, e os de compras, que permitem que o usuário experimente um produto antes de comprá-lo.

Internet das coisas

A internet das coisas (IoT) é um conceito que se refere à interconexão de dispositivos e objetos do dia a dia, como aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, com a internet.

Isso possibilita que esses objetos sejam monitorados e controlados remotamente, o que torna as atividades mais práticas e convenientes.

Além de facilitar o cotidiano, essa tecnologia disruptiva abre um leque gigantesco de possibilidades para os negócios. A criação de novos produtos e serviços, a otimização de processos e a geração de insights valiosos para a tomada de decisões são alguns deles.

Alguns exemplos de aplicações da internet das coisas são os termostatos inteligentes, que regulam automaticamente a temperatura do ambiente, e as lâmpadas conectadas, que podem ser ligadas e desligadas à distância.

Pesquisas digitais no mercado

As pesquisas digitais de mercado (PDM) são uma disrupção tecnológica que tem como objetivo mapear o comportamento do consumidor na internet.

Elas se dão, muitas vezes, por meio do uso de ferramentas de coleta e análise de dados, como cookies, web beacons e pixel tags. Com plataformas de pesquisa automatizada, tudo pode ser feito pela internet, de forma ágil, acessível e confiável.

As PDM são importantes para os negócios porque permitem que as empresas criem perfis dos seus clientes, otimizem suas campanhas publicitárias e melhorem ainda mais a experiência do usuário.

Alguns exemplos de usos das pesquisas digitais de mercado são a segmentação de público, o retargeting e o remarketing.

Blockchain

O blockchain é uma tecnologia disruptiva que se popularizou com a criação da moeda digital Bitcoin. Ele é uma espécie de banco de dados distribuído, ou seja, um sistema em que as informações são armazenadas em diversos computadores ao mesmo tempo.

Isso torna o blockchain mais seguro, pois para que uma informação seja alterada, todos os computadores da rede precisam estar de acordo.

Além disso, as transações são registradas em um livro-razão digital, que é conhecido como blockchain. Ele também pode ser utilizado para fins não monetários, como o registro de propriedades, documentos e votações.

Alguns exemplos de aplicações do blockchain são as moedas digitais, os smart contracts e os marketplaces.

Empresas que apostam na disrupção tecnológica

Empresas que usam a disrupção tecnológica

As empresas que apostam na disrupção tecnológica são aquelas que investem em inovação e criam novos produtos e serviços baseados nessas inovações. E, por essa razão, costumam se tornar pioneiras e referências no seu mercado.

Algumas das empresas disruptivas são a Netflix, a Uber, o Spotify, o Airbnb e o WhatsApp. A seguir, vamos explicar mais como cada uma opera de forma disruptiva.

Netflix

A Netflix é uma disrupção tecnológica porque criou um modelo de negócio inovador para o mundo dos filmes e séries. Ao mesmo tempo, conseguiu desbancar as TVs pagas por assinatura e o próprio cinema, por exemplo.

Ela foi criada em 1997 como um serviço de entrega de DVDs por meio de uma assinatura mensal. Em 2007, lançou o serviço de streaming, que permitiu que os usuários assistissem aos filmes e séries online.

Em 2013, a Netflix anunciou que iria produzir seus próprios conteúdos, chamados de “originais”. E foi assim que a empresa criou alguns dos seus programas mais bem-sucedidos, como Stranger Things e La Casa de Papel.

A empresa, ainda, faz uso da IA para personalizar a experiência do usuário, oferecendo recomendações de filmes e séries baseadas no seu histórico de reprodução.

Uber

A Uber também é vista como uma disrupção tecnológica, uma vez que criou um modelo de negócio inovador para o setor de transporte.

Ela foi fundada em 2009 como uma plataforma que conectava motoristas particulares a pessoas que precisavam de um transporte. Em 2016, lançou o serviço Uber Pool, que permitia que os usuários dividissem o carro e o curso da corrida com outras pessoas.

Sua grande disrupção está na forma de acessar o transporte, alternativo ao táxi, no qual qualquer pessoa pode usar seu carro como um meio para fazer dinheiro e, assim, outras pessoas usarem para chegar aos seus destinos.

Outra disrupção da Uber é também o Uber Eats, um serviço de entrega de refeições. Ele foi criado em 2014 e, em poucos anos, se tornou um dos principais players do mercado.

Spotify

O Spotify é uma disrupção tecnológica que se destaca por ser o primeiro serviço de streaming de música a ter sucesso no mundo.

Além de reduzir a pirataria, ela inovou o mercado musical ao permitir que o usuário ouvisse música de forma gratuita, com algumas limitações, mas a qualquer momento.

Ele foi criado em 2006 na Suécia e, em 2008, lançou o seu serviço de streaming. Em 2009, chegou aos Estados Unidos e, desde então, tem conquistado sempre mais usuários.

O Spotify, assim como a Netflix, faz uso da inteligência artificial para personalizar a experiência do usuário, oferecendo recomendações de músicas baseadas no seu histórico de reprodução.

Airbnb

O Airbnb é uma disrupção tecnológica que criou um mercado totalmente novo: o da hospedagem alternativa.

Ele foi fundado em 2008 como um site que conectava pessoas que precisavam de um lugar para ficar com aqueles que tinham um espaço disponível, seja uma casa, um quarto ou até mesmo um sofá.

A plataforma permite que os usuários vejam as opções de hospedagem disponíveis, escolham a que melhor se adequa às suas necessidades e, assim, façam a reserva.

O Airbnb também oferece a opção de “experiências”, em que os usuários podem escolher fazer um tour guiado ou participar de atividades como aula de culinária, por exemplo.

WhatsApp

O WhatsApp é uma das maiores tecnologias disruptivas quando o assunto é comunicação. Até então, as pessoas usavam apenas o SMS para se comunicar por texto. Seu grande diferencial está no fato de ser uma nova forma de se comunicar, que é mais simples, rápida e prática.

Ele foi criado em 2009 como um aplicativo de mensagens instantâneas para o iPhone. Em 2010, lançou a versão para o Android e, em 2013, tornou-se uma plataforma independente.

Em 2014, foi adquirido pelo Facebook por US$19 bilhões e, desde então, tem sido usado por milhões de pessoas no mundo todo.

O WhatsApp também oferece a opção de fazer chamadas de voz e de vídeo, além de permitir o compartilhamento de arquivos, imagens e vídeos.

Conclusão

São empresas e produtos inovadores que criam novos mercados e que estão transformando a forma como as pessoas vivem e se comunicam.

A disrupção tecnológica está presente em diversos setores da economia, como falamos, desde os médicos até os professores. Por isso, empresas que querem se manter no mercado precisam inovar para se manterem competitivas.

Entender o conceito de disrupção tecnológica é o primeiro passo para os líderes que querem se adaptar às novas tendências e inovações do mercado.

Mas para continuar aprendendo sobre liderança, tecnologia e inovação, não deixe de acompanhar nosso blog!

Leia também: O que são as empresas exponenciais e como entendê-las?

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Uma nova academia espacial no Colorado treinará astronautas da indústria privada

Ainda há muitos obstáculos técnicos a serem superados para alcançar uma economia espacial vibrante, mas uma barreira menos discutida ao progresso pode ser a mão de obra pronta para o espaço. É por isso que um grupo de astronautas, engenheiros e empreendedores se uniram para criar a primeira academia espacial privada do mundo.

O ano passado teve alguns marcos importantes para a indústria espacial privada, já que várias empresas realizaram seus primeiros voos tripulados. Ignorando a disputa sobre o que exatamente conta como “espaço”, tanto a Blue Origin quanto a Virgin Galactic começaram a levar turistas espaciais em passeios suborbitais, e apenas no mês passado a SpaceX lançou sua primeira equipe composta inteiramente de astronautas particulares.

Essa missão foi encomendada pela Axiom Space, que planeja várias outras missões privadas nos próximos anos e espera construir uma estação espacial privada em órbita até o final da década. Northop Grumman, Blue Origin e Nanoracks também pretendem ter suas próprias instalações orbitais comerciais em funcionamento até o final da década de 2020.

Se tudo isso se concretizar, o número de pessoas indo para o espaço na década de 2030 pode aumentar. O problema é que, atualmente, apenas as agências espaciais nacionais têm as instalações e os conhecimentos necessários para preparar os astronautas para os rigores do espaço. Um novo empreendimento chamado Star Harbor Academy espera preencher essa lacuna no mercado com uma instalação de US$ 120 milhões projetada para treinar os astronautas particulares do futuro.

“Há um renascimento sem precedentes ocorrendo na indústria espacial hoje”, disse a CEO Maraia Tanner em um comunicado à imprensa. “Temos a oportunidade de promover uma nova geração de exploradores, inovadores, empreendedores, educadores e tecnologias para deixar um legado poderoso e positivo para as próximas gerações.”

A empresa parece ter a experiência necessária para fazer isso acontecer, com um bando de ex-astronautas, ex-funcionários da NASA e importantes executivos aeroespaciais a bordo. Sua nova instalação será construída em um terreno de 53 acres em Lone Tree, Colorado, ao sul de Denver, e está programada para abrir suas portas em 2026.

Embora toda a sua gama de serviços não esteja disponível no lançamento, eventualmente apresentará tudo o que é necessário para treinar astronautas, incluindo voos de microgravidade, uma instalação de flutuabilidade neutra, uma centrífuga de alta gravidade, habitats terrestres e subaquáticos, câmaras hipobáricas e hiperbáricas. , e um centro de desempenho humano.

No entanto, a empresa não estará focada apenas em apoiar as missões tripuladas da indústria espacial privada. Também está planejando oferecer instalações para empresas que desejam testar sua tecnologia em condições realistas de voo espacial antes do lançamento.

Atualmente, existem apenas seis centros de R&D espaciais patrocinados pelo governo em todo o mundo, e nenhum deles é aberto ao público, segundo a empresa, o que limita a inovação em tecnologia espacial. A Star Harbor diz que seu novo campus de pesquisa reduzirá a barreira à entrada na economia espacial, e Tanner disse à Ars Technica que isso provavelmente representará pelo menos 60% da receita da empresa inicialmente.

No entanto, isso pode mudar rapidamente. A empresa aponta para um relatório recente da Câmara de Comércio dos EUA que prevê que o país precisará de mais de 1,5 milhão de trabalhadores para impulsionar a economia espacial.

Embora os players espaciais comerciais provavelmente tenham suas próprias instalações de treinamento, a empresa está apostando que, à medida que o número de astronautas particulares aumente, um número crescente ficará feliz em terceirizar esse trabalho. Atualmente, planeja oferecer cursos separados para operadores, usuários, especialistas de missão e passageiros.

Será necessária uma grande expansão nas missões espaciais tripuladas privadas para que esse plano se concretize. Mas, dada a rápida expansão da indústria espacial nos últimos anos e as grandes ambições de empresas como SpaceX e Axiom de levar mais humanos ao espaço, a classe de 2026 pode não precisar esperar muito para ganhar asas.

Artigo originalmente publicado no SingularityHub.

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O tempo pode não existir e a causalidade pode ser a característica básica do nosso universo

O tempo existe? A resposta a esta pergunta pode parecer óbvia: claro que sim! Basta olhar para um calendário ou um relógio.

Mas os desenvolvimentos na física sugerem que a inexistência do tempo é uma possibilidade aberta e que devemos levar a sério. Como pode ser isso, e o que isso significaria? Vai demorar um pouco para explicar, mas não se preocupe: mesmo que o tempo não exista, nossas vidas continuarão normalmente.

Uma crise na física
A física está em crise. No último século, explicamos o universo com duas teorias físicas extremamente bem-sucedidas: a relatividade geral e a mecânica quântica.

A mecânica quântica descreve como as coisas funcionam no mundo incrivelmente pequeno de partículas e interações de partículas. A relatividade geral descreve o quadro geral da gravidade e como os objetos se movem.

Ambas as teorias funcionam extremamente bem por si só, mas acredita-se que as duas entram em conflito uma com a outra. Embora a natureza exata do conflito seja controversa, os cientistas geralmente concordam que ambas as teorias precisam ser substituídas por uma nova teoria mais geral.

Os físicos querem produzir uma teoria da “gravidade quântica” que substitua a relatividade geral e a mecânica quântica, enquanto captura o extraordinário sucesso de ambas. Tal teoria explicaria como o quadro geral da gravidade funciona na escala em miniatura das partículas.

Tempo em gravidade quântica
Acontece que produzir uma teoria da gravidade quântica é extraordinariamente difícil.

Uma tentativa de superar o conflito entre as duas teorias é a teoria das cordas. A teoria das cordas substitui partículas por cordas vibrando em até 11 dimensões.

No entanto, a teoria das cordas enfrenta uma dificuldade adicional: uma variedade de modelos que não fazem previsões claras que possam ser testadas por experimentos para descobrir qual modelo é o correto.

Nas décadas de 1980 e 1990, muitos físicos ficaram insatisfeitos com a teoria das cordas e criaram uma série de novas abordagens matemáticas para a gravidade quântica.

Uma das mais proeminentes é a gravidade quântica em loop, que propõe que o tecido do espaço e do tempo é feito de uma rede de pedaços discretos extremamente pequenos, ou “loops”.

Um dos aspectos notáveis ​​da gravidade quântica em loop é que ela parece eliminar completamente o tempo. A gravidade quântica em loop não está sozinha na abolição do tempo: várias outras abordagens também parecem remover o tempo como um aspecto fundamental da realidade.

Horário emergente
Então, sabemos que precisamos de uma nova teoria física para explicar o universo, e que essa teoria pode não incluir o tempo. Suponha que tal teoria seja correta. O tempo não iria existir? É complicado e depende do que queremos dizer com existir.

As teorias da física não incluem mesas, cadeiras ou pessoas, e ainda assim aceitamos que existam mesas, cadeiras e pessoas. Por quê? Porque assumimos que tais coisas existem em um nível mais alto do que o nível descrito pela física.

Dizemos que as tabelas, por exemplo, “emergem” de uma física subjacente de partículas zunindo ao redor do universo.

Mas, embora tenhamos uma boa noção de como uma mesa pode ser feita de partículas fundamentais, não temos ideia de como o tempo pode ser “feito” de algo mais fundamental.

Portanto, a menos que possamos apresentar uma boa explicação de como o tempo surge, não está claro que podemos simplesmente supor que o tempo existe.

O tempo pode não existir em nenhum nível.

Tempo e seu impacto
Dizer que o tempo não existe em nenhum nível é como dizer que não existem mesas. Tentar sobreviver em um mundo sem mesas pode ser difícil, mas administrar um mundo sem tempo parece potencialmente desastroso.

Nossas vidas inteiras são construídas em torno do tempo. Planejamos o futuro, à luz do que sabemos sobre o passado. Nós responsabilizamos as pessoas moralmente por suas ações passadas, com o objetivo de repreendê-las mais tarde.

Acreditamos ser agentes (entidades que podem fazer coisas) em parte porque podemos planejar agir de uma maneira que trará mudanças no futuro. Mas qual é o sentido de agir para provocar uma mudança no futuro quando, em um sentido muito real, não há futuro pelo qual agir?

A descoberta de que o tempo não existe pode levar o mundo inteiro a um impasse. Não teríamos motivos para sair da cama.

Negócios, como sempre
Existe uma saída para a confusão. Embora a física possa eliminar o tempo, parece deixar intacta a causalidade: o sentido em que uma coisa pode provocar outra. Talvez o que a física esteja nos dizendo, então, é que a causalidade e não o tempo é a característica básica do nosso universo.

Pelo menos, é isso que Kristie Miller, Jonathan Tallant e eu discutimos em nosso novo livro.

Sugerimos que a descoberta de que o tempo não existe pode não ter impacto direto em nossas vidas, mesmo quando impulsiona a física para uma nova era.

Este artigo é republicado de The Conversation sob uma licença Creative Commons. Leia o artigo original.

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Viajar no tempo pode ser possível, mas apenas se existirem várias histórias

Você já cometeu um erro que gostaria de poder desfazer? Corrigir erros do passado é uma das razões pelas quais achamos o conceito de viagem no tempo tão fascinante. Como muitas vezes retratado na ficção científica, com uma máquina do tempo nada mais é permanente – você sempre pode voltar e mudar. Mas a viagem no tempo é realmente possível em nosso universo ou é apenas ficção científica?

Nossa compreensão moderna de tempo e causalidade vem da relatividade geral. A teoria do físico teórico Albert Einstein combina espaço e tempo em uma única entidade – “espaço-tempo” – e fornece uma explicação extraordinariamente intrincada de como ambos funcionam, em um nível inigualável por qualquer outra teoria estabelecida. Essa teoria existe há mais de 100 anos e foi verificada experimentalmente com precisão extremamente alta, de modo que os físicos estão bastante certos de que ela fornece uma descrição precisa da estrutura causal do nosso universo.

Durante décadas, os físicos tentaram usar a relatividade geral para descobrir se a viagem no tempo é possível. Acontece que você pode escrever equações que descrevem a viagem no tempo e são totalmente compatíveis e consistentes com a relatividade. Mas a física não é matemática, e as equações não têm sentido se não corresponderem a nada na realidade.

Argumentos contra a viagem no tempo
Há duas questões principais que nos fazem pensar que essas equações podem ser irreais. A primeira questão é prática: construir uma máquina do tempo parece exigir matéria exótica, que é matéria com energia negativa. Toda a matéria que vemos em nossa vida diária tem energia positiva — matéria com energia negativa não é algo que você pode simplesmente encontrar por aí. Da mecânica quântica, sabemos que tal matéria pode teoricamente ser criada, mas em quantidades muito pequenas e por tempos muito curtos.

No entanto, não há provas de que seja impossível criar matéria exótica em quantidades suficientes. Além disso, outras equações podem ser descobertas permitindo a viagem no tempo sem exigir matéria exótica. Portanto, esse problema pode ser apenas uma limitação de nossa tecnologia atual ou compreensão da mecânica quântica.

A outra questão principal é menos prática, mas mais significativa: é a observação de que a viagem no tempo parece contradizer a lógica, na forma de paradoxos de viagem no tempo. Existem vários tipos de tais paradoxos, mas os mais problemáticos são os paradoxos de consistência.

Algo popular na ficção científica, paradoxos de consistência acontecem sempre que há um determinado evento que leva a mudar o passado, mas a própria mudança impede que esse evento aconteça em primeiro lugar.

Por exemplo, considere um cenário em que eu entro na minha máquina do tempo, uso-a para voltar cinco minutos no tempo e destruo a máquina assim que chegar ao passado. Agora que destruí a máquina do tempo, seria impossível para mim usá-la cinco minutos depois.

Mas se não posso usar a máquina do tempo, não posso voltar no tempo e destruí-la. Portanto, ele não está destruído, então posso voltar no tempo e destruí-lo. Em outras palavras, a máquina do tempo é destruída se e somente se não for destruída. Como não pode ser destruída e não destruída simultaneamente, esse cenário é inconsistente e paradoxal.

Eliminando os Paradoxos
Há um equívoco comum na ficção científica de que paradoxos podem ser “criados”. Viajantes do tempo geralmente são avisados ​​para não fazerem mudanças significativas no passado e evitar encontrar seus “eus” passados ​​​​por esse motivo exato. Exemplos disso podem ser encontrados em muitos filmes de viagem no tempo, como a trilogia De Volta para o Futuro.

Mas na física, um paradoxo não é um evento que pode realmente acontecer – é um conceito puramente teórico que aponta para uma inconsistência na própria teoria. Em outras palavras, paradoxos de consistência não implicam apenas que viajar no tempo é um empreendimento perigoso, eles implicam que simplesmente não pode ser possível.

Essa foi uma das motivações para o físico teórico Stephen Hawking formular sua conjectura de proteção cronológica, que afirma que a viagem no tempo deveria ser impossível. No entanto, esta conjectura até agora permanece não comprovada. Além disso, o universo seria um lugar muito mais interessante se, em vez de eliminar as viagens no tempo devido aos paradoxos, pudéssemos eliminar os próprios paradoxos.

Uma tentativa de resolver os paradoxos da viagem no tempo é a conjectura de autoconsistência do físico teórico Igor Dmitriyevich Novikov, que afirma essencialmente que você pode viajar para o passado, mas não pode mudá-lo.

De acordo com Novikov, se eu tentasse destruir minha máquina do tempo cinco minutos atrás, descobriria que é impossível fazê-lo. As leis da física de alguma forma conspirariam para preservar a consistência.

Introduzindo histórias múltiplas
Mas qual é o sentido de voltar no tempo se você não pode mudar o passado? Meu trabalho recente, junto com meus alunos Jacob Hauser e Jared Wogan, mostra que existem paradoxos de viagem no tempo que a conjectura de Novikov não pode resolver. Isso nos leva de volta à estaca zero, uma vez que, mesmo que apenas um paradoxo não possa ser eliminado, a viagem no tempo permanece logicamente impossível.

Então, este é o último prego no caixão da viagem no tempo? Não exatamente. Mostramos que permitir múltiplas histórias (ou, em termos mais familiares, linhas de tempo paralelas) pode resolver os paradoxos que a conjectura de Novikov não pode. Na verdade, ele pode resolver qualquer paradoxo que você lançar nele.

A ideia é muito simples. Quando saio da máquina do tempo, saio para uma linha do tempo diferente. Nessa linha do tempo, posso fazer o que quiser, inclusive destruir a máquina do tempo, sem alterar nada na linha do tempo original de onde vim. Como não posso destruir a máquina do tempo na linha do tempo original, que é a que usei para viajar no tempo, não há paradoxo.

Depois de trabalhar nos paradoxos da viagem no tempo nos últimos três anos, fiquei cada vez mais convencido de que a viagem no tempo poderia ser possível, mas apenas se nosso universo permitir que várias histórias coexistam. Então, rola?

A mecânica quântica certamente parece implicar isso, pelo menos se você concordar com a interpretação de “muitos mundos” de Everett, onde uma história pode se “dividir” em várias histórias, uma para cada resultado de medição possível – por exemplo, se o gato de Schrödinger está vivo ou morto , ou se cheguei ou não no passado.

Mas estas são apenas especulações. Meus alunos e eu estamos atualmente trabalhando para encontrar uma teoria concreta de viagem no tempo com múltiplas histórias que seja totalmente compatível com a relatividade geral. É claro que, mesmo que conseguíssemos encontrar tal teoria, isso não seria suficiente para provar que a viagem no tempo é possível, mas pelo menos significaria que a viagem no tempo não é descartada por paradoxos de consistência.

A viagem no tempo e as linhas do tempo paralelas quase sempre andam de mãos dadas na ficção científica, mas agora temos provas de que elas também devem andar de mãos dadas na ciência real. A relatividade geral e a mecânica quântica nos dizem que a viagem no tempo pode ser possível, mas se for, então várias histórias também devem ser possíveis.


Este artigo é republicado de The Conversation sob uma licença Creative Commons. Leia o artigo original.