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AI e Crowdsourcing no combate ao crime

Prever crimes antes que eles aconteçam está deixando de ser tema da ficção científica para se tornar realidade. Nos EUA e em vários países da Europa, a polícia já utiliza algoritmos de inteligência artificial para identificar áreas de risco onde crimes potenciais possam ser cometidos.

O tema tem despertado a atenção de empresas de tecnologia interessadas em abocanhar parte do orçamento de segurança desses países. Apenas nos EUA, os gastos federais com policiamento chegam a ultrapassar US$ 100 bilhstringes.

Câmeras de segurança ligadas a redes neurais com capacidade para identificar rosto de criminosos e sacolas abandonadas em lugares públicos. Software que analisa milhões de boletins de ocorrência para prever lugares onde assaltos podem ocorrer. Programas que auxiliam a definir o risco que ex-criminosos liberados da prisão podem oferecer à sociedade. Aplicativos para celular alimentados pelos usuários que mostram em tempo real em que locais da cidade estão ocorrendo tiroteios. Esses são alguns dos usos de novas tecnologias que começam ser implantadas nos EUA, Europa e China.

No Brasil, já existem várias ações que utilizam tecnologia para o combate e prevenção de crimes. Em Canoas, no Rio Grande do Sul, a polícia utiliza grupos de WhatsApp com mais de 5 mil moradores inscritos para receber e verificar ocorrências. O aplicativo Onde Tem Tiroteio mostra lugares de conflito, arrastões e assaltos no estado do Rio de Janeiro e já é utilizado por mais de 4,5 milhões de pessoas. O Crimeradar, do Instituto Igarapé, utiliza dados de milhões de crimes para mostrar em um mapa as áreas onde é mais provável que ocorram crimes.

Todos esses exemplos mostram como a tecnologia está sendo empregada para combater o crime. O problema é que a preocupação com segurança tem seu lado perverso também. O mesmo programa utilizado para identificar potenciais criminosos pode ser usado por um governo totalitário para perseguir seus oponentes. O COMPAS, software utilizado em vários estados nos EUA para identificar riscos de candidatos à liberdade condicional, foi acusado de ter um viés racista e classificar negros como mais perigosos.

Os avanços da inteligência artificial e o crowdsourcing (contribuição colaborativa de milhares de usuários conectados) são o resultado das principais tecnologias exponenciais que estão trazendo enormes melhorias para a segurança pública. Mas, para o sucesso delas, é fundamental coordenar sua implementação com fortes garantias dos direitos individuais.

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