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Qual o papel da inteligência artificial mesmo em sua fase de entendimento?

A inteligência artificial (IA) no mercado do entretenimento ainda está em fase de entendimento de como pode ser impactada, mas já se vislumbra que será uma ferramenta que contribuirá significativamente para a produtividade e a criatividade, sem substituir os talentos humanos.

Há uma previsão de convergência entre cinema e jogos, com o entretenimento em tempo real, onde a IA desempenhará um papel crucial na renderização instantânea. É este o ponto que Lisa Su, CEO da AMD, em Conversa com Ryan Patel, Futurista e Claremont Graduate University, e David, responsável pelos efeitos visuais de Avatar 2, discutem no painel do SXSW 2024, “AI and Future”.

Pessoas de todas as idades estão explorando as possibilidades da IA, trazendo uma energia criativa para todos os campos. Cada vez mais estamos vendo produções de texto, vídeo e outras contribuições com a IA Generativa.

Mesmo com o montante de conteúdos, o objetivo é aumentar o poder computacional em espaços menores, tornando-o mais rápido e acessível. Considera-se que a IA seja a tecnologia mais relevante dos últimos 50 anos e a era da IA está transformando fundamentalmente nossa maneira de viver.

Segundo os especialistas, prevê-se que em uma década, a IA estará presente em todos os aspectos de nossas vidas.

Os chips (GPUs) usados na IA, antes adaptados de jogos, agora estão sendo desenvolvidos exclusivamente para esse fim. Em breve, teremos nossos próprios computadores com IA, independentes de conexão com a nuvem, o que representa uma mudança significativa da lógica de software para hardware.

Na discussão, os especialistas alertam que as empresas que investirem em IA terão vantagens significativas sobre aquelas que não o fazem. Isto já foi mencionado e inclusive é objeto de estudo de Alexandre Nascimento.

A IA está em constante desenvolvimento, aprendendo conosco enquanto nós aprendemos com ela, em um momento de evolução mútua sem precedentes. A construção de máquinas mais poderosas, mas que consumam menos energia, é essencial para os objetivos globais de sustentabilidade.

Dada a rápida expansão e o poder da IA, é crucial permanecer vigilante. Um conselho para pessoas e jovens é desenvolver habilidades de pensamento crítico e resolução de problemas, preparando-se para um futuro impulsionado pela inteligência artificial e que as referências estejam além do que os ‘search engines’ proporcionam.

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A visão de futuro de Ray Kurzweil

Por Poliana Abreu

Ray Kurzweil é um futurista, inventor e autor conhecido por suas previsões sobre o avanço da tecnologia e seus impactos na sociedade. Co-Fundador da Singularity University, é famoso por suas previsões sobre a singularidade tecnológica, um ponto no futuro em que a inteligência artificial superará a inteligência humana, levando a mudanças profundas na sociedade e na própria natureza humana.

Desde que foi publicado pela primeira vez em 2005, “The Singularity Is Near” de Ray Kurzweil e sua visão de um futuro exponencial geraram um movimento mundial. As previsões de Kurzweil sobre avanços tecnológicos em grande parte se tornaram realidade, com conceitos como IA, máquinas inteligentes e biotecnologia agora amplamente familiares ao público.

Presente no SXSW de 2024, Ray conversou com o jornalista Nick Thompson, sobre seu novo livro: “The Singularity Is Nearer” que será publicado em junho de 2024.
Tal como um cientista que procura investigar o sentido dos fenômenos e a lógica por traz das movimentações sociais, Kurzweil está sempre investigando questões que atravessam a sociedade. Isso implica que, muitas vezes, as respostas não serão objetivas e simplistas como muita gente quer.

Em certos momentos, Ray estava sendo requisitado no papel de prever algumas questões futuras. Não se tratava apenas disso. O “espírito do tempo” é compreender lógicas, energias, pulsões e o que atravessa uma sociedade.

Em seu último livro, Kurzweil previu que até 2029 os computadores alcançariam o nível de inteligência humana, desbloqueando soluções para os maiores desafios do mundo. Agora, o cientista acredita que até a década de 2030 a inteligência artificial se tornará superinteligente, ultrapassando em muito nossas capacidades e possibilitando avanços médicos na luta contra o envelhecimento.

Para Ray Kurzweil, cruzamos a fronteira da criatividade. É perceptível que isso tem ocorrido, principalmente com ajudas de IA Generativas. Cada vez mais nossa criatividade, que antes era recolhida por referências ou “criada do 0”, agora também acompanha um processo de criação a partir de dados massivos que as grandes corporações produzem.

Ele afirmou mais de uma vez, que se formos “diligentes”, a partir de 2029 entraremos num ciclo de rejuvenescimento. Dentre as inferências e deduções que um cientista lógico pode entregar, Kurzweil diz que até 2045 seremos capazes de conectar nossos cérebros diretamente à nuvem, aumentando nossa inteligência em um milhão de vezes e expandindo nossa consciência de maneiras que mal podemos imaginar.

Esse ponto de avanço tecnológico é conhecido como a “Singularidade”, mas ainda exigirá algumas questões, que se concentram em:

Poder computacional: Refere-se ao aumento exponencial na capacidade de processamento dos computadores, permitindo que realizem tarefas cada vez mais complexas em um tempo cada vez mais curto. Isso é crucial para o desenvolvimento e aprimoramento de inteligência artificial e outras tecnologias avançadas.

Interfaces Cérebro-Máquina (Brain-Machine Interfaces): Essas interfaces permitem uma comunicação direta entre o cérebro humano e as máquinas, permitindo que os indivíduos controlem dispositivos externos ou até mesmo interajam diretamente com sistemas de computadores. O desenvolvimento de interfaces cérebro-máquina é fundamental para a fusão entre humanos e inteligência artificial, conforme avançamos em direção à singularidade tecnológica.

Essa investigação do cientista, que procura compreender o “espírito do tempo” contemporâneo, chamou atenção da comitiva alemã em peso e é sempre uma questão que Ray Kurzweil traz para nós. Por isso podemos pensar ao seu lado sobre o futuro, ler e discutir algumas questões que sua contingência vem mostrando em seus pensamentos.

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O Moonshot de Edu Lyra

A pobreza da favela em um museu por meio das tecnologias sociais

A manhã do terceiro dia de SXSW começou com muita brasilidade e inovação social na Casa São Paulo, iniciativa da InvestSP, agência de desenvolvimento do Estado de São Paulo, que tem como objetivo desenvolver o Estado por meio da atração de investimentos, promoção de exportações, incentivo à inovação e melhorias no ambiente de negócios.

Edu Lyra, da Gerando Falcões, abriu o Favela Day, no SXSW 2024, com a energia e a clareza dignas de quem persegue um Propósito Massivo Transformador. Essa inspiração, de ir além do lucro para buscar impactar positivamente a sociedade em larga escala, nos ajuda a orientar a direção estratégica de longo prazo, motivando todos, tal como Edu Lyra coloca, em prol de uma causa maior e servindo como um farol orientador para tomadas de decisão alinhadas aos valores e propósitos da organização.

Na SingularityU, falamos muito sobre o “moonshot”, essa meta ousada e disruptiva que nos direciona a resolver grandes desafios globais utilizando tecnologias exponenciais.

O Moonshot da Gerando Falcões é claro e foi reforçado em Austin: Transformar a pobreza da favela em peça de museu.

Para atingir este Moonshot, Edu trouxe sobre a importância da “Ficção Social”, que é uma postura de resiliência, quase teimosia para que o sonho não seja engolido pela realidade.

Edu conta que no início da sua jornada, recebeu muitos ‘nãos’ e isso o ensinou a “Querer teimar na vida quando te dão um não como resposta” e, mesmo olhando obstáculos (não ter dinheiro, não querer ajudarem), é necessário encontrar caminhos e alternativas para fazer o que você sonha.

A Gerando Falcões cresceu de apenas uma favela para cinco e agora conta com 300 colaboradores, focados na missão de acabar com a pobreza. Esse crescimento foi feito por um plano estratégico, baseado em 4 tecnologias
sociais:

Rede de líderes: Isso começou há 5 anos atrás. Pensando em mudar o Brasil, Edu destacou que precisamos de muita densidade de líderes reais. A Falcon’s University foi feita para formar líderes sociais e empreendedores. Hoje são 2.000 líderes sociais nas favelas no Brasil graças a este movimento comunitário.

Favela 3D: Digital, digna e desenvolvida. A representação da construção de um bairro de favela é só o começo para colocar esta peça em um grande museu da pobreza, principalmente para lembrar que isso só pode estar no passado e o futuro será diferente. Acabar com a pobreza das favelas está começando por São Paulo e estas iniciativas.

Decolagem: “A gente lida com pobreza da mesma forma. Com mesmo remédio. Mas a realidade não é assim.” Com esta frase, Edu Lyra mostrou que a Gerando Falcões criou o projeto “decolagem”, que é um programa transformador, onde cria trilhas personalizadas de superação de pobreza de cada família. Eles atuam como mentores sociais para 60 famílias.

Junto com essa família, o mentor cria trilhas de superação para ela sair da pobreza. Toda a família tem uma trilha com metas. Quando o mentor visita a família, ele está ajudando a sair dessa condição. Ninguém aprende a sair da pobreza na escola.

Isso se trata de um processo social, pragmático e mental que não se aprende sozinho. Essas mentorias dão autoestima para evoluir socialmente. Isso tudo com base em dados e índices que vão sendo acompanhados durante os anos. “O contrário de pobreza não é riqueza. É dignidade”, destacou Edu Lyra.

As Maras: As mulheres têm um desafio especial de colocar no ambiente de trabalho. Em média, cuidam de cerca de 3 a 4 filhos. Como sair da pobreza de forma resiliente nesta situação complicadíssima que tem até problemáticas de gênero?

A resposta dada pela Gerando Falcões está pelas Maras: Mulheres focadas em vender roupas de segunda mão na favela. São mulheres que começaram a gerar renda, melhorar sua situação e agora já contam com mais de 1.000 mulheres. Segundo Edu Lyra, a convergência dessas 4 tecnologias pode vencer a pobreza.

Para encerrar, Edu trouxe seus Aprendizados nestes anos à frente do Gerando Falcões:

Amor e missão: Se você não ama o que você faz, nos momentos mais difíceis vira tortura. Para ele, o Brasil precisa de um sonho que parece impossível para, finalmente, deixarmos o discurso de país do futuro e sermos efetivamente.

Isso é ser guiado por missão. Missão é diferente de um trabalho. Missão você dá tudo que possui e destacou o quanto “a gente faz tudo em torno de uma missão”.

Pessoas com as quais trabalhamos: Empreender é uma oportunidade de conhecer pessoas incríveis e ter uma trajetória incrível com elas.

Mais do que isso: é nos momentos de crise que as pessoas se conectam. O que o empreendedor precisa é um grupo de pessoas de time que estão dedicadas e vai falar: você não vai desistir.

Empreender é escolher gente que estará conosco. Ao fim, trouxe um recado para os negócios e líderes brasileiros: “Temos que encontrar um modelo de geração de renda em escala para a base da pirâmide além do acúmulo de capital para um grupo pequeno.”

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A Interseção Criativa: Arte, Inteligência Artificial e o Futuro da Colaboração

Na terceiro dia de SXSW 2024, a palestra "Criatividade em Fluxo: Arte & Inteligência Artificial", conduzida por Brooke Hopper e Debbie Millman, foram exploradas questões cruciais sobre como a arte e a inteligência artificial se entrelaçam no cenário contemporâneo. 

Um dos pontos centrais discutidos foi a responsabilidade das empresas na utilização de dados para treinar IA, enfatizando a necessidade premente de transparência radical nesse processo, tanto com dados licenciados quanto não licenciados. 

"Não vemos isso acontecendo hoje em dia. Estamos vendo processos serem construídos e cada vez mais agem por questões de ambições desconhecidas. Precisamos nos preparar para isso", destacou Hopper.

Uma das ideias foi criar um tipo de sinalização para que fosse possível identificar conteúdos gerados por IA. Essa estratégia é crucial, especialmente diante dos desafios éticos impostos pelos deep fakes, onde a distinção entre realidade e falsificação torna-se cada vez mais tênue.

A palestra ressaltou também a diferença fundamental entre a criatividade humana e a das máquinas, destacando que enquanto a IA pode potencializar a criatividade humana, ela não é e não será capaz de substituí-la. 

Essa reflexão enfatizou a importância da colaboração entre humanos e IA para gerar resultados criativos verdadeiramente inovadores. Projetando-se para o futuro, vislumbra-se uma crescente proximidade entre humanos e IA, resultando em experiências criativas mais imersivas e ricas nos próximos 10 anos. 

Esse avanço será impulsionado pelo design computacional e pela contínua interação entre os dois domínios, promovendo um ambiente de colaboração e crescimento mútuo.

“A IA não compete com a nossa criatividade, pelo contrário, ela possibilita que consigamos fazer novas coisas com o seu uso, amplificando nossa criatividade", destacou Millman.
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A importância do design para humanizar a tecnologia

Por Marcel Nobre, CEO da Beta Lab.

O Design in Tech Report 2024, apresentado por John Maeda, Vice-Presidente de Design e Inteligência Artificial na Microsoft, trouxe insights valiosos sobre a interseção entre design e IA.

Maeda destacou a discrepância entre as aspirações das empresas em criar grandes e elaborados sites e as expectativas das pessoas, que muitas vezes desejam apenas uma experiência simples e intuitiva, representada por um único botão. É preciso tomar um cuidado com isso, porque nem sempre as soluções são dadas apenas por IA e sim por uma concepção anterior do que já era feito, por isso a importância de desenhar e refletir sobre o que ocorre.

Ao longo da apresentação, foram delineados três tipos de design: clássico, design thinking e design computacional. Porém, o ano de 2018 marcou um ponto de inflexão, com a ascensão de questões como ética tecnológica, design inclusivo, trabalho remoto e o lançamento da Runway, plataforma de IA.

Com isso, o especialista provocou reflexões sobre o futuro do trabalho remoto, questionando se essa modalidade será permanente. Ele, inclusive, compartilhou uma análise comparativa entre o filme “The Stop Motion Samurai Film HIDARi” e a IA SORA, destacando o papel da arte na percepção da qualidade do trabalho criativo.

O Vice-Presidente de Design e IA ressaltou o avanço dos robôs em termos de inteligência, força e velocidade, exemplificando com os casos das empresas Bostons Dynamics e Unitree H1. Ele também mencionou inovações como o Sinerider, da Hack Club, e a Poetry Camera, uma câmera capaz de transformar fotos em poesia.

Em relação à evolução do design, Maeda enfatizou a importância da criação de modelos grandes e pequenos, a flexibilidade entre abordagens abertas e fechadas, e a crescente tendência das pessoas em desenvolver seus próprios modelos GPTs (Geradores de Texto Pré-Treinados).

Além disso, foram abordadas estratégias de design, desde o método artesanal até o desenvolvimento de sistemas e prompts de IA, destacando a importância das habilidades de marketing e produto.

Por fim, Maeda ressaltou que o design humaniza a tecnologia, mas alertou para a necessidade de não humanizar excessivamente a IA, promovendo uma reflexão sobre os limites éticos e morais na interação entre humanos e máquinas.

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“A tendência é que as produções, inclusive culturais, acabem se tornando educativas”, destaca Kondzilla, empresário e produtor de sucesso

O momento da Gerando Falcões, na Casa SP, trouxe uma perspectiva crítica sobre o crescimento do fenômeno cultural da Favela e o impacto pode ser tão grande que fez Kondzilla afirmar: “sorte dos gringos que não falamos inglês!”

Existe uma grande geração “Nem-nem”, como dizemos. São jovens que não estão trabalhando ou estudando. Para Edu Lyra, isso é um “tiro no pé” e o maior sentido é: são pessoas que acabarão indo contra a direção necessária para tornar a própria relação social sustentável.

Um dos assuntos tratados na palestra, que contou com a presença de Marilia Marton, Secretária do Governo do Estado de São Paulo, ao lado de seu co-colaborador Armando Júnior e Renato Barreiros, da Fábrica de Cultura, foi a questão da educação e da capacitação no trabalho.

Kond, empresário e produtor da Kondzilla, maior portal e produtora de funk do Brasil há pelo menos 15 anos, destacou a importância de olharmos as produções muito além da própria manifestação cultural. A tendência, para o empresário, é olhar estes processos com olhares mais pedagógicos e educacionais e isso precisa também ser a complexidade que a indústria digital precisa ter.

“Há particularidades de comunicação e nichos, seja na Microsoft, BTG, Google. É uma tendência que isso ocorra e cada vez mais será necessário ter essa perspectiva. Integrar e treinar precisa ter essa capacitação constante e assim podermos garantir que estes trabalhos também sejam acessíveis para a economia criativa”, destacou Kond.

Kond ainda destacou o quanto o “mindset” precisa mudar e é tarefa nossa perpetuar a ideia de que a educação é sim o futuro, se tratando em questões de capacitação e cada vez mais referenciais.

Quando a questão foi “O que teremos que acertar?”, a palestra passou a discutir sobre o crescimento da cultura da periferia de São Paulo. É bem claro, inclusive por todos os paulistanos, o quanto a cultura da favela ressoa na cidade e no mercado, como um todo.

O estilo, as músicas, a maneira de comemorar e o tamanho do mercado cresceu exponencialmente nos últimos dez anos. Renato Barreiros, da Fábrica de Cultura, destacou o quanto é necessário ganhar espaço e até internacionalizar com o tamanho que poderia ter.

Na moda isso já chegou às passarelas de Paris e Itália. Cada vez mais outros tipos de estéticas brasileiras, como o futebol, dão forma a essa escala e mostram um potencial gigantesco que isso pode ressoar em diferentes pontos geográficos em um futuro não tão distante.

“O projeto precisa continuar como missão do Estado. Precisamos não desistir e dar continuidade aos projetos como uma inteligência de nação. Não podemos desistir de nada e de ninguém”, destaca Edu Lyra.

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“Se nós conseguirmos fornecer a oportunidade de estudo, água, tecnologia, se inovar e entregar, temos a mina de ouro nas nossas mãos que são as favelas”, destaca CEO da Boogie Naipe

“Está tudo aqui e só precisamos nos desprender do preconceito.”

É dessa maneira que Eliane Dias, CEO da produtora musical Boogie Naipe, que cuida dos Racionais MC’s, inicia a discussão do painel “Favela-X e Favela 3D: a corrida social”, no SXSW 2024.

Ao lado Renata Ruggiero, da CCR, Nina Rentel Scheliga, Diretora de Tecnologias Sociais na Gerando Falcões, e Mayara Lyra, a Casa SP, iniciativa da InvestSP, agência de desenvolvimento do Estado de São Paulo, que tem como objetivo desenvolver o Estado por meio da atração de investimentos, promoção de exportações, incentivo à inovação e melhorias no ambiente de negócios, foi palco de um momento crucial de tornar visível as transformações que estão ocorrendo nas favelas de São Paulo e quais são os principais projetos que dão autonomia às pessoas que vivem nestes locais.

A Gerando Falcões atua com diversas conexões sociais, desde remodelagem, até assistência em saúde e até esforços sociais. A ideia, com o Programa Decolagem, é também trazer vários mentores para ajudar as famílias que estão procurando superar as barreiras que existem neste país tão desigual, desde problemáticas de gêneros até questões relacionadas à juventude.

A tentativa, então, é personalizar soluções. Nina Scheliga traz essa perspectiva para mostrar que não há uma unidade de entendimento e que é necessário um tempo dedicado e atenção para que as oportunidades sejam criadas e alternativas sejam co-criadas pelas pessoas.

“Antecipar as soluções não são coisas fáceis. Precisamos fazer leituras das disposições e inclinações das famílias também. Por isso usamos inteligência artificial para isso, mas sempre procurando compreender como usá-la a nosso favor e não reproduzir problemáticas”, destaca a Diretora de Tecnologias Sociais da Gerando Falcões.

Mayara, que está à frente da ASMARA, destaca este ponto da transformação a partir dos insumos que existem em seu cotidiano. Ao estimular o empreendedorismo, segundo Mayara Lyra, pôde perceber como a mulher da periferia puxa toda a família e consegue transformar a realidade de sua família.

Estas ações que mostram e permitem autonomia são importantes para o contínuo impacto social. Tal como Eliane Dias coloca: “Sucesso é poder fazer aquilo que quer” e isso provém de iniciativas e contínuo trabalho de criação potencial que a favela tem, que precisa, cada vez mais ser olhado sem estas problemáticas preconceituosas e suas barreiras.

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“Água não deveria ser vista como elemento abundante. Há todo um processo que se perde por não entendermos o ciclo fechado”, destaca Head de Sustentabilidade da Sabesp no Favela Day, no SXSW

No painel sobre o Futuro das Cidades e o Ciclo da Água do Favela Day, no SXSW 2024, participaram Virgínia Ribeiro, Head de Sustentabilidade da Sabesp, Kdu dos Anjos, CEO da Lá da Favelinha e Sócio do Coletivo Levante, Pedro Sutter, Chief Sustentability, Risk & Compliance Officer na CCR, e foi mediado por Eco Moliterno, CCO da Accenture.

Diversas questões cruciais foram abordadas em relação à gestão urbana, sustentabilidade e nossa relação com a água. Virgínia Ribeiro, da Sabesp, enfatizou a importância de repensar este componente vital como um recurso finito. Isso, segundo a especialista, é crucial para trazer soluções de ciclo fechado e reduzir o impacto ambiental.

“Muito dos nossos problemas são pela falta de cuidado e achar que a abundância compreende usar sem mediação alguma”, destacou a Head de Sustentabilidade.

Além disso, em sua fala inicial, compartilhou projetos inovadores, como a captura de gás metano para a produção de biocombustível, reuso de água em indústrias e utilização do lodo como fertilizando orgânico.

Kdu dos Anjos trouxe à tona a questão da moradia nas periferias e o uso da arte na concepção de soluções habitacionais. Ele ressaltou a importância de compreender as necessidades individuais dos moradores e destacou projetos que visam melhorar a eficiência térmica das casas, como o uso de tijolos horizontais.

Quando questionado sobre a questão da mobilidade para o desenvolvimento econômico e social, Pedro Sutter, da CCR, mencionou projetos que visam melhorar a infraestrutura de transporte, como o metrô de Salvador, que reduziu significativamente o tempo de deslocamento dos usuários e está prospectando a automação de suas ações pelas plataformas.

No que diz respeito às tendências futuras, Virgínia destacou a implementação de tecnologias de Internet das Coisas (IoT) para o saneamento, como hidrômetros inteligentes, enquanto Kdu compartilhou seu próximo projeto de uma Galeria de Arte acessível em realidade aumentada e virtual.

Ao final do painel, Kdu emocionou a plateia ao recitar um poema autoral, dando voz à vida e às experiências dos moradores das periferias urbanas, destacando a importância da inclusão e da representatividade nos debates sobre o futuro das cidades.

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Explorando o Além: Libertando o Poder da IA Futura

Por Marcel Nobre, CEO da Beta Lab.

Na palestra “Beyond The Horizon: unleash the power of future AI” apresentada por Joe Kehoe e Jeremy Kolpak, da Avenade X, durante o SXSW 2024, foram discutidas diversas dimensões que moldam a evolução da inteligência artificial.

Na fala dos experts, destacaram o quanto a IA pode trazer impactos tanto positivos quanto negativos para a sustentabilidade, porém, seu potencial para ajudar é imensamente maior do que para prejudicar.

Três variáveis cruciais foram destacadas neste momento: o tamanho físico, o poder computacional e o consumo de energia.

Desde 2018, presenciamos uma transformação significativa nos processos que a IA está produzindo. Saímos de simples jogos de xadrez com previsão de jogadas para jogos muito mais complexos, repletos de interações e cenários diversos. A IA Generativa tem mostrado tamanha melhora, inclusive, nas suas produções de conteúdo.

Entretanto, foi necessário apontar tamanho consumo de energia nestas ações. Em um dado buscado por pesquisadores, os palestrantes mostraram que um prompt de IA pode gerar 4 a 5 vezes mais pegada de carbono do que uma simples pesquisa no Google.

Além disso, a geração de uma única imagem consome mais energia do que uma carga inteira de um celular, e mil imagens têm um impacto equivalente ao de dirigir 4,1 milhas.

Isso se torna ainda mais alarmante quando consideramos o uso indiscriminado da IA, especialmente quando oferecida gratuitamente para curiosos que a exploram sem limites.

Calma, há solução

Uma saída interessante apresentada foi o GenAI, que adiciona inteligência a qualquer dado e pode prever a quantidade de energia a ser produzida com base na previsão do tempo, ajudando empresas a otimizar sua produção de energia e reduzir seu impacto ambiental.

Aprofundando nesta problemática, Kehoe e Kolpak trouxeram também a importância de direcionar o marketing empresarial. Afinal, o ESG já está mudando algumas concepções, porém, agora há a necessidade de considerar métricas de impacto de carbono. Com tantos dados sobre o comportamento humano disponíveis, o relacionamento entre as marcas e os consumidores está se transformando.

No cerne dessa discussão está a ideia de que a IA otimiza e amplia a inteligência humana, fornecendo um aprendizado adaptativo que pode ajudar na consecução das metas de vida individuais.

E, ao projetarmos nosso olhar para o futuro, podemos imaginar um cenário em que, daqui a 20 anos, o machine learning aprenderá cada vez mais com essa tecnologia, ampliando seu uso para outras áreas, como o combate a doenças em larga escala.

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Confira as principais tendências tecnológicas de 2024 que serão discutidas no SXSW 2024!

No mundo em rápida transformação da tecnologia, a sessão da manhã do primeiro dia de SXSW 2024 mostrou que está pronto para reunir mentes brilhantes e visionárias para discutir as últimas tendências que moldarão o futuro.

Ferramentas generativas, que produzem texto, imagens e vídeos a partir de prompts, estão revolucionando a indústria tecnológica, fazem parte desta construção. Porém, há muito mais do que isso que a Inteligência Artificial ainda prospectará: a preocupação ambiental está cada vez mais presente nestes festivais de inovação, pesquisas genéticas e transformando cada vez mais nossa capacidade de inteligência por computação e automação…

Para isso, neste primeiro dia fizemos um apanhado de 10 tendências para compreendermos o conteúdo que será discutido no SXSW:

IA Onipresente

Estamos entrando na era da IA. Centenas de milhões de pessoas interagiram diretamente com ferramentas generativas, como o ChatGPT, que produzem texto, imagens, vídeos e muito mais a partir de prompts. Sua popularidade reformulou a indústria de tecnologia, tornando a OpenAI um nome familiar e levando Google, Meta e Microsoft a investirem pesadamente na tecnologia.

Energia Solar

Este tipo de energia limpa está sendo rapidamente implantada em todo o mundo e é fundamental para os esforços globais de redução das emissões de carbono. Além disso, estamos começando a aprofundar as pesquisas nessa área, coisa que demorou anos para acontecer, afinal, a maioria da luz solar que atinge os painéis de hoje não está sendo convertida em eletricidade. Por isso, cada vez mais a luta é adicionar uma camada de pequenos cristais pode tornar os painéis solares mais eficientes e outras tecnologias relacionadas a pintura em paredes para que isso se torne cada vez mais palpável.

Realidade virtual

A Apple começará a enviar seu primeiro headset de realidade mista, o Vision Pro, este ano. Sua característica principal é o display de maior resolução já feito para um dispositivo desse tipo. Haverá um aplicativo fantástico? É cedo, mas a empresa mais valiosa do mundo fez uma aposta audaciosa de que a resposta será sim.


Medicamentos para perda de peso
O aumento global da obesidade foi chamado de epidemia pela Organização Mundial da Saúde. Medicamentos como Mounjaro e Wegovy estão entre as ferramentas mais poderosas que pacientes e médicos têm para tratá-la. Evidências sugerem que eles até podem proteger contra ataques cardíacos e derrames.

Sistemas geotérmicos aprimorados
A energia geotérmica é limpa, sempre disponível e virtualmente ilimitada. No entanto, devido a desafios de engenharia, mal arranhamos a superfície do que ela pode oferecer. Novas técnicas de perfuração, que cavam mais fundo e em lugares onde não podíamos antes, estão liberando mais calor da Terra para produzir energia limpa.

Chiplets – Semicondutores ou chips interligados entre si
Está se tornando extremamente difícil reduzir o tamanho dos transistores – a tendência que define a Lei de Moore e impulsionou o progresso na computação por décadas. Os engenheiros agora devem encontrar novas maneiras de tornar os computadores mais rápidos e eficientes. Os chiplets são pequenos chips especializados que podem ser interligados para fazer tudo o que um chip convencional faz e mais

O primeiro tratamento de edição genética
Novos tratamentos baseados em CRISPR estão em desenvolvimento há anos. Nas últimas semanas de 2023, um da Vertex se tornou o primeiro a obter aprovação regulatória tanto no Reino Unido quanto nos EUA por sua capacidade de curar a doença falciforme, uma condição potencialmente fatal. Não será o último.

Supercomputadores – Exaescala

Os supercomputadores mais rápidos do mundo agora podem realizar mais de um “exaflop” em cálculos (isso é um 1 seguido por 18 zeros). Novas máquinas que podem processar dados científicos a essas velocidades permitirão que os cientistas realizem simulações mais sofisticadas do clima, fissão nuclear, turbulência e muito mais.

Bomba de calor
Não se deixe enganar pelo nome. As bombas de calor são eletrodomésticos que podem tanto resfriar quanto aquecer edifícios, e uma adoção mais ampla poderia reduzir substancialmente as emissões. As vendas aumentaram em todo o mundo; nos EUA, elas superaram os fornos a gás pela primeira vez. Novos tipos que funcionam em temperaturas mais altas também poderiam ajudar a descarbonizar a indústria.

O fim do Twitter

Elon Musk comprou o site agora conhecido como X em 2022, e praticamente nada sobre ele tem sido o mesmo desde então. Ele demitiu a maioria dos funcionários e dispensou a moderação de conteúdo, afastando anunciantes e usuários. Agora, à medida que alternativas como Bluesky, Threads e outros ganham espaço, a praça central da cidade deu lugar a salas privadas. Será uma corrida interessante para acompanharmos.