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A transformação do mundo físico já está acontecendo: o futuro é hoje

O reposicionamento competitivo com base na tecnologia é cada vez mais viável e é a chave da transformação do mercado.

Atualmente, a área de marketing da maioria das empresas vive o problema das quebras de jornadas do seu consumidor. Em outras palavras, a falta de contato contínuo com o cliente – o que, em muitos casos, fica restrito somente ao período das campanhas – coloca nas mídias sociais a responsabilidade de conseguir suprir esse gap. Por outro lado, sabemos que o espaço físico vem sendo cada vez mais ocupado por gadgets por meio dos quais podem acontecer interações. Portanto, é natural pensar que essa dependência das mídias sociais possa ser reduzida se a empresa conseguir navegar nesse ambiente de jornadas contínuas que integrem o mundo físico e o online.

 

É necessário mudar o ponto de vista em relação a esse cenário. Uma sugestão para colocar isso em prática é colocar o marketing de utilidade como elemento central. Isso é devido ao entendimento do fato de que o consumidor de hoje se movimenta, instala e mantém aplicativos em seus smartphones em busca de sanar uma necessidade específica. Mas como uma grande empresa conseguiria se aproveitar de oportunidades como essa – e ter foco em criar produtos que sejam úteis para seu cliente – ao invés de apenas manter suas tradicionais ofertas?

 

Talvez o primeiro passo seja que as áreas de marketing não coloquem as mídias sociais ou ações de brand como únicos meios para conseguir resultados efetivos na jornada de consumo, pois o pouco contato que possuem com o cliente não é suficiente para criar uma relação eficiente com ele. Para alcançar a conexão desejada, é necessário apresentar produtos e serviços realmente úteis, o que só é possível se a empresa olhar para a jornada completa e inserir o mundo físico onde ela existe.

 

Veja o caso da Amazon. O maior e-commerce do mundo implantou um botão para que o cliente pudesse solicitar um produto com apenas um clique. No momento em que faz isso, consegue fincar sua bandeira em um espaço dos mais ambicionados: a casa do consumidor. Não é difícil de imaginar que, em algum momento, esse “botão” irá interagir com o Nest, o termostato inteligente do Google, por meio de um acordo de negócios entre essas duas empresas. Isso é o que poderíamos chamar de a última milha, o objetivo a ser alcançado. Mas nem as apps atuais, nem as mídias sociais conseguem atingir essa conexão por não ter sucesso ao integrar o mundo offline na construção da jornada real. A incorporação desses “espiões” ao negócio é o fator decisivo para definir quem serão os players que estarão no jogo principal de um mundo gradativamente mais conectado.

 

De uma forma simplista, ocupar espaços no ambiente físico do cliente passou a ser o elemento estratégico que faltava para conectar a empresa à jornada do consumidor. Com essa etapa vencida, a utilização de dados provenientes de mídias sociais consegue realmente trazer eficiência para o negócio.

 

Desenhando uma jornada completa

Em um cenário como esse, imagine um “shopping inteligente” que consegue se conectar com o cliente antes mesmo da sua chegada, interagindo e criando condições para influenciar na decisão de consumo. Esta interação permite que o consumidor, ao sair de casa, tenha toda a programação ou sinalização do caminho que precisa percorrer com uma funcionalidade similar ao Waze. Quando ele chega ao mall, a cancela abre automaticamente e, por meio de um aplicativo de celular ou media center do carro, é avisado sobre a vaga disponível mais próxima ao início do roteiro de lojas que planejou visitar. Nos corredores, com o uso da localização indoor juntamente com a realidade aumentada, ele vê na tela do seu smartphone o caminho que deve seguir para realizar a jornada de compra. E, enquanto caminha, pode, também, comunicar-se por mensagens com a loja para solicitar produtos específicos. A equipe de vendas, informada da sua chegada no momento da abertura da cancela, já separa os produtos que ele deseja e algumas ofertas que podem ser interessantes. Na saída, da mesma forma que na entrada, não precisa mais parar para pagar estacionamento: a app faz isso automaticamente. Parece um incrível cenário de ficção científica, mas não é. São possibilidades que a tecnologia já oferece hoje de uma forma simples e com baixo custo.

 

Pensando um pouco além do shopping, com o contato do consumidor antes de sair de casa, a loja tem condições de averiguar se o produto desejado está disponível. Se não, pode solicitar a entrega de uma outra filial ou do seu centro de distribuição para garantir o atendimento a essa necessidade.

 

Esse ambiente interconectado acontece por meio da construção de software e hardware integrados. Gadgets em casa, na cancela e no estacionamento mantém a ligação com o cliente, gerando informações e criando interações que criam a sensação de real utilidade. Esse é um modelo de personalização de uma jornada do consumidor em um nível muito elaborado, no qual ele tem as atividades do dia a dia facilitadas, se sente prestigiado e satisfeito em suas necessidades. Ponto para o shopping e as lojas físicas em relação ao e-commerce. É o ambiente físico reafirmando seu espaço e estendendo a experiência online para criar jornadas mais atrativas em um mundo cada vez mais digital. Sob outra ótica, é também uma forma de unificar o comércio virtual ao físico.

 

Um outro exemplo que pode se utilizar de aplicações de algumas dessas tecnologias interconectadas para simplificar a rotina das pessoas e trazer alto valor: o uso de automóveis. Hoje, os motoristas precisam se preocupar com diversos fatores relativos à manutenção de seus veículos, como desgaste, quilometragem, nível de combustível, óleo, calibragem dos pneus, entre outros. A partir da coleta e análise de  dados do carro, as empresas poderão oferecer novos modelos de negócio de “Car Health as a Service”. Imagine prestadoras de serviços automotivos que ofereçam um serviço de monitoramento contínuo de todos esses números. Ao ligar o carro, o motorista poderá ser informado sobre a necessidade de agendamento de uma visita para trocar os pneus ou o óleo, por exemplo. Imediatamente, será possível já agendar um horário no próprio painel do carro, que também pode estar integrado ao smartphone. No dia, o cliente é identificado ao chegar e recebe a indicação de onde parar o carro. O atendimento é iniciado antes mesmo de sair do veículo. Ao final sai sem ter que pagar nada.

 

É uma quebra de paradigma assim como o Netflix foi no ramo do entretenimento. Outro ponto importante dessa mudança é que a manutenção será realizada quando realmente for necessária. A troca de óleo, por exemplo, é feita a partir de uma quilometragem média estipulada pelo fabricante. Como cada pessoa dirige de forma diferente e em diferentes condições, não faz sentido trocar o óleo com base em uma média. Isso é desperdício.

 

Para ser bem-sucedida, essa jornada deve integrar a montadora, as concessionárias, os postos de gasolina e as lojas de serviços automotivos. Assim, é possível oferecer uma continuidade de relacionamento após a venda de um carro e de produtos e serviços associados a ele e, por meio do acompanhamento de uso do veículo, gerar benefícios ao comprador.

 

Os desafios de trazer essas experiências para a realidade


Esses modelos completos de jornada podem ser desenvolvidos de uma forma que atenda às necessidades dos consumidores de varejistas de diversas áreas e, como já mencionamos, é plenamente viável em termos de custos. Porém, as dificuldades que vemos hoje para torná-los realidade é que grande parte das companhias ainda estão muito presas a formatos tradicionais de operação e produção e resistentes a correr riscos e apostar em inovações, principalmente em novos modelos de negócios. No cenário atual do mercado, com todas as possibilidades oferecidas pelo mundo digital, é necessário repensar as formas de atuação e utilizar novas tecnologias não apenas para oferecer boas experiências, mas para seguir sendo competitivo e não perder a corrida.

 

Logo, o desafio dessas empresas para embarcar nesse novo mundo está relacionado com a sua própria mudança estrutural para comportar essas novas possibilidades que o digital oferece. Elas precisam, por exemplo, definir, implementar e gerir essas novas experiências na jornada do consumidor – por meio dos recursos da tecnologia e inteligência de dados – e suportar estratégias de marketing digital para o negócio.

 

Hoje, muitas empresas contratam, ou terceirizam, equipes de designers e de digital capacitadas para identificar experiências que precisam ser melhoradas e construir soluções para elas, como, por exemplo, uma app amigável ou aplicações de sensores (os famosos Beacons) com localização indoor que mostrem ofertas no momento em que o consumidor passa por uma loja. Surfar na onda de colocar sensores com foco em coletar dados para analytics, certamente não irá permitir interatividade suficiente para garantir a sensação de utilidade que é a base da mudança no posicionamento competitivo. De fato, otimizar as experiências que são oferecidas é fundamental, entretanto, é apenas o início do que deve ser feito para construir cenários surpreendentes como os que descrevemos. Se essas iniciativas não forem “smart” e não estiverem integradas, cria-se uma série de gaps que impedem que o cliente tenha uma jornada uniforme, completa e satisfatória.

 

Transformação digital é o caminho

Ter uma estratégia de negócios eficiente e conseguir, de fato, entregar experiências ótimas que perpassem todos os pontos de contato com o consumidor de forma contínua – e ainda interajam com os outros players da mesma cadeia – significa realizar também uma transformação digital. Desta forma, a companhia será capaz de mudar a sua cultura e romper silos, pois só assim atingirá a habilidade de desenvolver soluções que interliguem o ambiente digital e o físico de forma ágil e veloz. Nesta ótica, os desafios são muito mais de “transformação”, do que de “digital”, embora a forma como a integração desses dois conceitos é realizada seja fator crucial de sucesso.

 

Aqui na CI&T acreditamos que a transformação só será bem-sucedida e sustentável se for feita gradualmente e começando pequeno, por identificar problemas pré-existentes em pontos da jornada e solucioná-los com os recursos disponíveis. Esta visão faz parte do roadmap de transformação digital que criamos, o Lean Digital Transformation.

Segundo o nosso roteiro, primeiramente, é necessário identificar o modelo de negócios digital que se quer ter e, depois, planejar e estruturar as etapas que serão necessárias para alcançá-lo. Cada etapa – que elaboramos de acordo com cada caso – deve ter como meta sanar um dos pontos de dor da empresa, gerar valor para o consumidor e receita para a organização. Como resolver os problemas de forma tão eficiente, rápida e ágil? Com equipes multidisciplinares trabalhando em conjunto com metodologias como o Design Thinking para planejar a solução, o Agile para desenvolvê-la e operacionalizá-la e os princípios Lean como base em todo o processo.

 

Quem vai ganhar essa corrida?

Ninguém tem bola de cristal e o jogo está aberto para qualquer empresa independente da sua posição na cadeia de valor. Já estamos assistindo, por exemplo, indústrias no início da cadeia de valor de um produto conseguindo implementar e gerenciar consumidores, o que resulta em um bypass no próprio comércio.

 

É inegável que, hoje, esses movimentos, como o desenvolvimento de jornadas tão completas, são arrojados para empresas grandes e tradicionais. Ao mesmo tempo, as startups vêm, em termos quantitativos, fazendo pressão com a criação rápida de novas referências, se tornando uma ameaça como novos entrantes e conquistando parcelas importantes em diversos mercados. Entretanto, é inegável também que as grandes têm a seu favor a consistência, a confiança do consumidor e a estrutura física que permite inúmeras oportunidades diferenciadas. Dentro de uma visão de construção de cenários, as empresas de maior porte conseguem trabalhar de forma mais competitiva os fatores de escala, integração e direcionamento do todo.

 

Portanto, entre as tradicionais, a companhia que atingir primeiro uma maturidade digital que permita integrar-se a parceiros e fornecedores e realizar todas as aplicações disponíveis da tecnologia em uma jornada completa para o consumidor – que é formada pela intersecção dos mundos físico e digital – se mantém na corrida. Então, é hora de transformar o mindset  à respeito das possibilidades para o seu negócio e ir ao encontro delas. Não pense em ficção científica, pense no melhor que a sua empresa pode ser e comece rapidamente a sua jornada em busca desse objetivo.

Flavio Leal Pimentel – Head of IoT CI&T

Marcelo Alves Junqueira – IoT Manager CI&T

 

 

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B2B e a Internet das Coisas: o valor na gestão da informação

A Internet das Coisas é uma realidade irrefutável. No mundo atual, dificilmente surge algo novo que não esteja conectado ou seja passível de conexão. Contudo, muito dos gadgets são voltados para as pessoas físicas, tais como: smartwatch, smartband, óculos de realidade virtual e sensores domésticos dos mais diversos tipos –  o que movimenta o mercado varejista. Essa onda tecnológica também se faz presente no mercado B2B e tem favorecido muitos dos modelos de negócio.

Do ponto de vista das empresas, a Internet das Coisas é sobre as coisas e não sobre a Internet. Apesar da conectividade ser essencial para viabilizar qualquer solução de IoT, isso é um papel que as operadoras vão suportar naturalmente. Se cada companhia se organiza de uma forma – adota políticas e processos distintos, o que gera desafios e problemas distintos – o ponto chave pela adoção é simples: o diferencial que o IoT pode gerar na gestão do negócio.

Uma solução IoT B2B envolve: sensores, logística, conectividade, plataforma de TI, gestão operacional e a aplicação em si. Essa complexidade é trabalho para os provedores da tecnologia, deixando para o cliente final uma visão de solução única contratada como serviço. O importante é conseguir traduzir os elementos tecnológicos para os elementos de negócio. A palavra mágica é: informação. É a coleta de dados através de sensores que alimenta um modelo de tomada de decisão.

Não adianta olhar para o IoT pelo lado da tecnologia, é preciso enxergá-lo como ferramenta de gestão.

Conheça o conceito gestão de negócios, sua importância e seus tipos!

Luiz Carlos Faray – Diretor de TI do Corporativo da Oi


A Oi patrocina o SingularityU Brasil Summit 2018

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A corrida para um futuro melhor

Eliezer Silveira Filho (*)

Na década de 80, Hollywood nos levou a conhecer diversas histórias de como seria o futuro e como a sociedade viveria em um mundo protagonizado pela tecnologia. Robôs e androides, carros voadores, viagens no tempo, equipamentos conectados, diversos itens que habitavam os sonhos da maioria dos jovens naquela época e que estavam presentes na expectativa de um futuro aparentemente utópico e distante. Dois fatos, porém, encurtaram nossa distância até o futuro.

O primeiro ponto foi a tecnologia, mais precisamente o avanço da computação. Segundo a lei de Moore, a capacidade de processamento dos computadores dobraria a cada 18 meses, o que trouxe saltos rápidos nas evoluções, principalmente, nas duas últimas décadas. E este ritmo deve acelerar ainda mais com a computação quântica, permitindo supercomputadores ainda mais ágeis, com capacidade de processar problemas de alta complexidade.

Já o segundo ponto está ligado às mudanças da sociedade. Hoje, mais da metade da população vive em áreas urbanas e, segundo a ONU, estima-se que este percentual suba para 66% até 2050. Esse futuro urbano é o ápice da transição da população. As metrópoles estão virando megalópoles, a população abandonando os campos e lugares menores para viverem nos grandes centros. Neste mundo urbano, as relações sociais se transformam e a conectividade gera um novo perfil de consumo. No ambiente urbano, todos são omni, envoltos por estímulos a todo o momento.

A conjuntura entre esses dois pontos forma o vértice para nossa corrida ao futuro, agora não baseada nas expectativas dos filmes de ficção cientifica, mas na aplicação real da tecnologia transformando as interações da sociedade. Inteligência artificial já é realidade quando vemos diversos atendimentos de empresas serem, se não totalmente, parcialmente substituídos por interfaces conversacionais alimentadas com bases de dados – com capacidade superior à humana. Os sensores estão presentes em nosso dia a dia, coletando nossos dados, locais que frequentamos, hábitos e, com isso, desenvolvendo equipamentos que nos auxiliam de forma preditiva. Novas questões éticas e de segurança de dados têm pautado as discussões e devem desenvolver novas legislações para a sociedade.

Já estamos no meio dessa corrida, vivendo esse futuro e, ao mesmo tempo, reinventando nossos negócios para o que mais vêm pela frente. Para isto, precisamos aprender algo que a sociedade já nos trás: a conexão entre as pessoas. Devemos aproveitar para desenvolver redes de inovação, aplicando no mundo corporativo conceitos mais colaborativos e trazendo o conceito de cocriação. Este conceito foi fortalecido em 2004 por C. K. Prahalad e Venkat Ramaswamy no livro “O futuro da Competição”. O ato de cocriar é a somatória das forças e capacidades das empresas, parceiros, clientes e sociedade para promoverem uma experiência que impacta as pessoas.

No ano passado, durante uma conversa com o autor americano Kevin Kelly, “guru” do tema inovação e cofundador da revista Wired, referência neste mercado, falávamos sobre o futuro, impacto das transformações na área dos empregos, automatização de processos e o quanto isso impactaria nas vidas das pessoas. Segundo ele, até o final do século, 70% das atuais profissões serão substituídas pela automação. Isso pode trazer inseguranças e receios para a sociedade.

Apesar disso, a capacidade humana de criar pode desenvolver novas profissões, da mesma forma que desenvolveu a tecnologia até hoje. Foi a humanidade que imaginou o futuro na década de 80, que desenvolveu a capacidade da computação, e somos nós que podemos construir um futuro melhor. E pessoas, sociedade, empresas, governos, todos somos responsáveis em cocriá-lo.

 

(*) Eliezer Silveira Filho é CMO da Stefanini para América Latina, quinta empresa brasileira mais internacionalizada segundo Ranking da Fundação Dom Cabral 2017. A Stefanini tem como propósito “cocriar soluções para um futuro melhor”.

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Construindo o futuro com impressoras 3D e 4D

A chamada quarta revolução industrial — termo cunhado pelo professor Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial — tem na impressão 3D uma de suas principais ferramentas para construir o futuro.

 

Sabemos do potencial que essa tecnologia tem de mudar vidas. Iniciativas como a e-NABLE e a Not Impossible Labs já fabricam próteses mecânicas para quem perdeu membros em conflitos na Ásia e na África. Uma empresa sueca faz orelhas e narizes de biotinta, e almeja conseguir criar órgãos para transplantes. Até mesmo a comida pode ser impressa.

 

Mas, em alguns casos, estamos falando de construir literalmente: os primeiros prédios, casas e escritórios com peças feitas com impressão 3D estão começando a aparecer, tendo como grandes vantagens a economia de material e de tempo.

 

Em algumas décadas, talvez possamos ir muito além disso: pesquisadores do MIT já imaginam uma impressão 4D, com peças capazes de mudar suas características em certos contextos e condições. Vamos dar uma olhada em como isso funciona?

 

Impressão é a nova construção

 

Na China, duas empresas de construção competem usando técnicas de impressão 3D. A WinSun já conseguiu construir um prédio de seis andares com peças fabricadas por uma impressora gigante, de 6 metros de altura, 10 de largura e 40 de comprimento.

 

A máquina usa uma espécie de tinta especialmente formulada para a construção, feita a partir de entulho, como concreto e areia, e fibra de vidro. De acordo com a empresa, a técnica permite economizar até 60% dos materiais, 70% do tempo e 80% da mão de obra necessárias para erguer um prédio das mesmas dimensões.

 

Como dissemos, a WinSun não está sozinha. Sua concorrente é a HuaShang Tengda, que construiu há alguns anos uma mansão de dois andares e de 400 metros quadrados em apenas um mês e meio. Incrível, não?

 

O processo da HuaShang Tengda é um pouco diferente. Primeiro, uma equipe ergue a estrutura metálica da casa e instala a parte hidráulica. Depois, uma impressora 3D gigante reveste os vergalhões.

 

O material usado é mais convencional, também. Trata-se de concreto classe C30, o que significa que a construção é resistente a terremotos de até 8 pontos na escala Richter.

 

Além da China, outras partes do mundo já são pioneiras e recebem construções impressas em 3D. Dubai, por exemplo, conta com o primeiro escritório feito com a técnica. Com design arrojado, ele abriga a Dubai Future Foundation — bastante apropriado, convenhamos.

 

A startup californiana Apis Cor conseguiu a proeza de fabricar uma casa de 37 metros quadrados na Rússia em apenas um dia, gastando cerca de meros US$ 10 mil. Já o MIT foi além e desenvolveu um robô capaz de erguer uma estrutura básica em forma de domo em apenas 14 horas. Até mesmo uma casa da árvore impressa em 3D já está sendo vendida na Austrália! Com o perdão do trocadilho, a tecnologia não está para brincadeira.

 

Imprimindo no tempo

 

O nome impressão 3D é bem óbvio: ele diz respeito às três dimensões do espaço. Será possível ir além disso? Sim: a impressão 4D existe.

 

O termo foi cunhado pelo designer Skylar Tibbits em sua palestra no TED Talks. Tibbits é o fundador do Self-Assembly Lab (em tradução livre, laboratório de auto-montagem) do MIT, e seu trabalho é pioneiro em objetos que se alteram ao longo do tempo — a quarta dimensão —, de acordo com certas condições.

 

As aplicações para esse conceito abrem um mundo de possibilidades. Imagine, por exemplo, tijolos que se desdobram ao entrar em contato com a água, ou peças de encanamento capazes de se expandir e, assim, reparar danos e vazamentos automaticamente.

 

Mas dá para ir muito além da construção civil. Uma das maiores inovações nesse sentido vem da Universidade de Tecnologia e Design de Singapura. O pesquisador Zhen Ding e seus colegas desenvolveram um material que muda de forma quando aquecido, e pode ser usado em impressoras 3D comerciais, já disponíveis no mercado. A demonstração, com flores abrindo ao receberem calor, é impressionante.

 

Uma aplicação possível para essa tecnologia é na medicina: materiais desse tipo poderiam ser usados para fabricar stents usados em cirurgias vasculares e cardíacas, o que facilitaria esses procedimentos. Seja em nossos corpos, seja em grandes estruturas, o futuro certamente passará pelas impressoras 3D e 4D.

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Como robôs e inteligência artificial podem levar a medicina a mais pessoas

Qual a primeira coisa que vem à sua mente quando falamos de robôs? É bastante possível que você pense nas linhas de montagem de grandes fábricas, ou então em alguns clássicos da ficção científica. O futuro, porém, reserva outra ocupação nobre para nossos amigos metálicos dotados de inteligência artificial: cuidar da nossa saúde.
 
Várias tecnologias em desenvolvimento apontam nessa direção. Elas abrangem desde redes neurais artificiais que podem ajudar no diagnóstico de uma simples micose de unha até complexos robôs cirurgiões e cuidadores. A tecnologia vai dar uma mãozinha para médicos e pacientes.
 
Um centro cirúrgico cheio de robôs
 
Cerca de cinco bilhões de pessoas ao redor do mundo não têm acesso adequado a procedimentos cirúrgicos, de acordo com uma comissão da publicação especializada The Lancet. Estima-se que 70 milhões de vidas se percam por ano devido a esse déficit.
 
O médico Shafi Ahmed é pioneiro no uso de tecnologia para tentar combater esse problema. Nascido em Bangladesh e radicado no Reino Unido, ele desenvolve e usa recursos de realidade virtual e realidade aumentada como recursos remotos de treinamento e ensino remoto de técnicas cirúrgicas — basta contar com uma conexão 3G e um Google Cardboard (um headset de realidade virtual do Google feito de papelão).
 
Para Ahmed, isso é só o começo do uso da tecnologia nos centros cirúrgicos. Ele acredita que robôs substituirão largamente os médicos nessas situações. Em uma entrevista ao site educacional Jisc, ele diz que é muito possível que haja robôs completamente autônomos em centros cirúrgicos nas próximas décadas.
 
Enquanto um robô cirurgião totalmente independente não chega, as tecnologias existentes vão sendo aprimoradas. Desde 2015, Google e Johnson & Johnson têm uma parceria para desenvolver tecnologias desse tipo. A gigante das buscas acredita que sua expertise em análise de imagens e inteligência artificial pode contribuir com o desenvolvimento de equipamentos mais completos. Eles poderiam, por exemplo, destacar tumores ou vasos sanguíneos, que são geralmente difíceis de distinguir a olho nu.
 
Em 2016, a Universidade de Oxford realizou em seu hospital a primeira cirurgia ocular com o uso de robôs no mundo. O Robotic Retinal Dissection Device — em tradução livre, dispositivo robótico de dissecação da retina, também conhecido pelo bem-humorado apelido de R2D2 — removeu uma membrana da espessura de um centésimo de milímetro da retina do Reverendo William Beaver, padre da igreja local na época com 70 anos de idade, e devolveu a ele a visão.
 
Tecnologia para cuidar da nossa saúde nas clínicas e em casa
 
Mas as possibilidades para o uso da tecnologia para cuidar de nossa saúde vão bem além dos centros cirúrgicos. Um bom exemplo é a Mabu, da Catalia Health. Ela é uma assistente doméstica que pode fazer as vezes de cuidadora de idosos, dando lembretes para tomar medicamentos e conversando com o paciente para saber como ele está — e, dependendo da situação, entrar em contato com uma equipe médica.
 
A inteligência artificial também pode contribuir e muito com a medicina. Pesquisadores sul-coreanos conseguiram treinar uma rede neural artificial para que ela consiga diagnosticar onicomicose, infecção causada por fungos nas unhas.
 
O trabalho não foi fácil. Foram necessárias 770 horas de trabalho para classificar mais de 100 mil imagens manualmente. Os resultados valeram o esforço: o software apresentou taxa de acerto melhor que de 42 especialistas entrevistados na pesquisa. Você mesmo pode conferir isso, pois o trabalho deu origem a um site e a um app para Android.
 
Mesmo a saúde mental pode se beneficiar da tecnologia. Psicólogos, psiquiatras e especialistas em inteligência artificial da Universidade da Califórnia em Stanford desenvolveram um chatbot que consegue conversar e avaliar o humor do paciente, recomendando atividades, vídeos e técnicas de terapia comportamental para auxiliar no tratamento de casos como depressão e ansiedade generalizada.
 
No futuro, tecnologias como essas podem mudar a vida de milhões de pessoas que vivem em áreas remotas ou não têm condições financeiras de arcar com tratamentos ou procedimentos caros. A inovação pode democratizar o acesso à saúde e contribuir com médicos e enfermeiros no exercício de suas profissões.

Leia também sobre o que é a nanotecnologia na medicina e como ela pode ser aplicada.

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Como a tecnologia por trás do Bitcoin pode mudar nossas vidas

Você certamente acompanhou, nos últimos meses, as notícias sobre a alta do Bitcoin. O rápido crescimento no valor dessa moeda digital fez com que ela recebesse muita atenção da mídia e atraísse gente interessada em ganhar dinheiro. Investidores norte-americanos estão até mesmo pensando em se mudar para Porto Rico e construir uma “criptopia” na ilha.

Porém, a grande inovação do Bitcoin vai muito além disso. Ela reside na própria estrutura de circulação desse dinheiro, o chamado blockchain. O Fórum Econômico Mundial estima que, em 2027, 10% do PIB mundial estarão em redes desse tipo. O próprio Banco Central do Brasil parece ter notado isso e vem realizando estudos sobre como empregar o blockchain em seus sistemas.

Ofertas de emprego para essa área estão cada vez mais comuns, e especialistas ainda são bastante raros.

Não é à toa que até a ONU adotou a tecnologia de criptomoedas e blockchain para ajudar na alimentação de refugiados sírios na Jordânia, já que as transferências de dinheiro e recursos por blockchain são muito mais baratas.

Bitcoin? Blockchain? Afinal de contas, o que é tudo isso?

Caso você não saiba o que é Bitcoin, vamos explicar. Ele é uma moeda digital, ou criptomoeda. Isso significa que esse dinheiro só existe na forma de dados em computadores. Diferentemente do que acontece com o dólar, o euro ou o real, não há moedas de metal ou cédulas de papel.

Mesmo sem poder ser tocado ou colocado no bolso, o Bitcoin é dinheiro. Como tal, pode ser usado para comprar produtos ou pagar por serviços. Dê uma olhada no site coinmap e descubra estabelecimentos que já aceitam essa forma de pagamento.

Mas como pagar alguém com moeda digital? A resposta está no blockchain.

Para guardar seus Bitcoins, você precisa de uma carteira digital. Ela nada mais é que um programa de computador que armazena esses arquivos, por assim dizer, e identifica quem é você entre os usuários da moeda.

Mas não é só isso: ao instalar uma carteira digital, você passa a fazer parte da rede descentralizada que processa as transações envolvendo Bitcoins. Quando você dá uma ordem para pagar, digamos, 0,01 BTC para uma loja, uma mensagem é propagada pela rede de usuários de Bitcoin, dizendo que você está transferindo aquela quantia para o estabelecimento.

Essa ordem de transação é armazenada numa espécie de livro-caixa virtual da rede. O registro fica guardado de maneira descentralizada entre os muitos computadores que possuem carteiras virtuais.

Para garantir a integridade das transações e evitar fraudes, as ordens de transação são organizadas em blocos, processados de uma vez só com uso de problemas de criptografia, que demandam alta capacidade computacional para serem resolvidos. Essa é a chamada mineração de Bitcoins, que libera novas moedas como recompensa para quem realiza esse trabalho.

É por esse trabalho de processar e encadear blocos de um livro-caixa que a rede do Bitcoin se chama blockchain. Mas ainda não começamos a falar da inovação que isso representa.

A grande novidade do blockchain

Não existe um banco central de Bitcoins emitindo novas moedas: o próprio blockchain se encarrega disso. O Bitcoin não é dependente de um governo ou autoridade: novamente, a rede de computadores se basta.

Não há necessidade de ter uma conta em banco para armazenar e transferir essa criptomoeda: dá para efetuar transações diretamente pela rede, mesmo que o destinatário do valor esteja em outro país. Além disso, esses registros garantem transparência para as transações.

Conseguiu perceber o tamanho do impacto? Estamos diante de uma estrutura descentralizada e transparente, que tem o potencial de tornar dispensável toda uma indústria de bancos e empresas de pagamentos e serviços financeiros.

Muito além de dinheiro

As possibilidades do blockchain, entretanto, vão bem além de seu uso no mercado financeiro. Redes desse tipo podem ser empregadas para diferentes e variados fins. Um bom exemplo é o Ethereum, um supercomputador descentralizado e independente organizado em blockchain.

O Ethereum funciona com contratos inteligentes, que conseguem manipular informações e preços para pagamentos automáticos. Isso pode ser empregado em serviços de hospedagem ou compra e venda de energia elétrica, por exemplo.

Por essas características, o Ethereum foi a ferramenta escolhida pela ONU para a distribuição de vouchers de alimentação a refugiados sírios que estão vivendo na Jordânia, que mencionamos no início deste artigo.

O blockchain também pode ajudar na inclusão social. Foi o que fez o indiano Ashish Gadnis: ele fundou a BanQu, empresa de tecnologia responsável por um app simples que integra pessoas em situação de extrema pobreza na África Subsaariana à economia mundial, usando uma rede de registros descentralizados.

A confiabilidade e a transparência dos blockchains também podem ser aproveitados na indústria alimentícia. Na França, o Carrefour já usa essa tecnologia para mostrar o caminho que cada item percorreu da granja ou da plantação até a sua mesa.

Por causa de todo esse potencial, o blockchain é visto como muito promissor. Seu impacto vem sendo comparado a tecnologias disruptivas, que mudaram setores inteiros. O jornal Washington Post também listou algumas das iniciativas mais interessantes que já fazem uso dessa tecnologia.

Prepare-se: nosso futuro promete ser muito mais tecnológico e transparente do que é hoje, e muito menos burocrático.

Escrito pela Redação da HSM.

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Como a Inteligência Artificial transforma nossas vidas

A inteligência artificial saiu da tela dos cinemas e das páginas literárias de ficção científica para fazer parte de nossas vidas. Há anos jogamos videogame com “máquinas” e, com a ajuda delas, vivemos em um mundo em que diferentes idiomas não são mais uma barreira para nos conectarmos a outras pessoas e culturas.

Em cerca de meio século, a ideia inicial pouco delineada de criar uma máquina capaz de pensar como ser humano tomou forma. Ela está presente em nosso dia a dia, com algumas implicações inovadoras. Paradoxalmente, essas novidades têm gerado certo medo e muitas reflexões: qual será nosso papel se a inteligência artificial nos superar? Por que trabalhar, se as máquinas poderão fazer tudo e melhor que nós?


Futuro? A inteligência artificial já está presente

O Google é um dos grandes responsáveis por tornar esse tipo de recurso acessível ao público. Sua ferramenta de tradução tinha suporte a apenas dois idiomas em 2006. Atualmente, são mais de 100 línguas — isso graças à inteligência artificial.

Em breve, seu celular pode se tornar aquele amigo que entende de arte e conversa com você em uma exposição. No ano passado, o Watson, da IBM, se transformou em uma espécie de “guia virtual” na Pinacoteca de São Paulo, contando a história e respondendo a perguntas sobre obras de arte expostas no museu. Tudo isso em linguagem natural, como se fosse uma conversa com o computador, e não uma simples pesquisa sem graça.

Os avanços não param por aí. Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, e da Escola de Medicina da Universidade de Washington conseguiram desenvolver um algoritmo capaz de analisar imagens de atividade cerebral e identificar padrões para prever autismo em bebês.

Uma das subsidiárias da Alphabet, holding que controla o Google e as demais empresas que se originaram dele, também conseguiu fazer com que computadores detectassem riscos cardíacos a partir do escaneamento e análise do olho dos pacientes. Seu cardiologista agradece. Sua saúde também.

Não sei se você reparou, mas, de cara, já podemos vislumbrar um futuro transformador para a medicina. Imagine um mundo em que erros em diagnósticos médicos, com a ajuda da tecnologia, tenderão a zero.


O que o futuro da inteligência artificial nos reserva

Se o presente já parece impregnado de ares futuristas, o que será de nosso futuro, então? As possibilidades para a inteligência artificial parecem ser ilimitadas neste momento. Mas a velocidade de desenvolvimento desses algoritmos e sistemas inteligentes tende a crescer exponencialmente.

Uma das tendências que indica isso é o uso das próprias máquinas para ensinarem umas às outras. Isso acontece, por exemplo, com a função de piloto automático do Model S, da Tesla, lançado em outubro de 2015. A cada interferência do motorista, a inteligência artificial aprendia como fazer retornos e curvas, e compartilhava a descoberta com outros veículos. Em poucas semanas, os proprietários e motoristas puderam perceber melhorias significativas no sistema de direção semiautônoma.

Pouco a pouco, as máquinas parecem estar conquistando terrenos que antes pertenciam a nós, humanos. Xadrez, jogos de tabuleiro, diagnóstico, tradução e interpretação de textos. Será que ainda seremos necessários quando a inteligência artificial estiver suficientemente desenvolvida para nos superar em toda a racionalidade? O próprio Elon Musk, CEO da Tesla e um dos maiores inovadores da história, vislumbra a possibilidade de um apocalipse causado pela inteligência artificial.

Sim, nós continuaremos sendo necessários. A criatividade ainda é nosso território por excelência. Como argumenta o guru de tecnologia Kevin Kelly, um dos fundadores da revista Wired, existem muitas inteligências diferentes, e os computadores só conseguem imitar algumas delas.

Kelly acredita que a inteligência artificial estará cada vez mais presente em funções que demandam eficiência. Só que isso não é tudo: artes, ciências e relações humanas são todas pautadas pela “ineficiência”. Grande parte das descobertas se dá por tentativa e erro.

Nossa loucura pode ser, então, o que falta à lógica superdesenvolvida das máquinas. Poderemos complementar a racionalidade extrema da inteligência artificial para, juntos, construirmos nosso futuro.


Estamos na infância da inteligência artificial

A ideia de uma inteligência artificial surgiu nos anos 50, quando cientistas, matemáticos e filósofos pioneiros passaram a imaginar um avanço: uma máquina tão complexa que pudesse mimetizar a capacidade de pensamento, reflexão e tomada de decisões de um ser humano.

Nas décadas seguintes, a computação foi ficando cada vez mais acessível. O primeiro microcomputador e as ferramentas de programação permitiram um novo tipo de interação entre homens e máquinas, impactando para sempre nossa relação com elas.

Mas foi só a partir de 1990 que a inteligência artificial passou a alcançar grandes feitos. O ano de 1997 é um marco: foi quando o Deep Blue, da IBM, derrotou em uma partida de xadrez o então campeão mundial Garry Kasparov.

Grande parte disso se deu pela crescente capacidade de processamento de dados dos computadores. Nos últimos anos, passamos a viver na era do big data, em que o limite de armazenamento praticamente deixou de existir, o que dá ainda mais possibilidades de aplicação da inteligência artificial.

Diante desse cenário, temos um grande desafio no futuro. De um lado, existe a visão apocalíptica de que as máquinas vão tomar conta de tudo, de outro, um ponto de vista otimista, como o compartilhado pelo inventor e futurista Ray Kurzweil. “A inteligência artificial não vai nos substituir, mas nos melhorar”, afirmou ele. Esse upgrade em nós parece bem promissor. Talvez, em breve, conheçamos humanos 2.0.

Escrito pela Redação da HSM.

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AI e Crowdsourcing no combate ao crime

Prever crimes antes que eles aconteçam está deixando de ser tema da ficção científica para se tornar realidade. Nos EUA e em vários países da Europa, a polícia já utiliza algoritmos de inteligência artificial para identificar áreas de risco onde crimes potenciais possam ser cometidos.

O tema tem despertado a atenção de empresas de tecnologia interessadas em abocanhar parte do orçamento de segurança desses países. Apenas nos EUA, os gastos federais com policiamento chegam a ultrapassar US$ 100 bilhstringes.

Câmeras de segurança ligadas a redes neurais com capacidade para identificar rosto de criminosos e sacolas abandonadas em lugares públicos. Software que analisa milhões de boletins de ocorrência para prever lugares onde assaltos podem ocorrer. Programas que auxiliam a definir o risco que ex-criminosos liberados da prisão podem oferecer à sociedade. Aplicativos para celular alimentados pelos usuários que mostram em tempo real em que locais da cidade estão ocorrendo tiroteios. Esses são alguns dos usos de novas tecnologias que começam ser implantadas nos EUA, Europa e China.

No Brasil, já existem várias ações que utilizam tecnologia para o combate e prevenção de crimes. Em Canoas, no Rio Grande do Sul, a polícia utiliza grupos de WhatsApp com mais de 5 mil moradores inscritos para receber e verificar ocorrências. O aplicativo Onde Tem Tiroteio mostra lugares de conflito, arrastões e assaltos no estado do Rio de Janeiro e já é utilizado por mais de 4,5 milhões de pessoas. O Crimeradar, do Instituto Igarapé, utiliza dados de milhões de crimes para mostrar em um mapa as áreas onde é mais provável que ocorram crimes.

Todos esses exemplos mostram como a tecnologia está sendo empregada para combater o crime. O problema é que a preocupação com segurança tem seu lado perverso também. O mesmo programa utilizado para identificar potenciais criminosos pode ser usado por um governo totalitário para perseguir seus oponentes. O COMPAS, software utilizado em vários estados nos EUA para identificar riscos de candidatos à liberdade condicional, foi acusado de ter um viés racista e classificar negros como mais perigosos.

Os avanços da inteligência artificial e o crowdsourcing (contribuição colaborativa de milhares de usuários conectados) são o resultado das principais tecnologias exponenciais que estão trazendo enormes melhorias para a segurança pública. Mas, para o sucesso delas, é fundamental coordenar sua implementação com fortes garantias dos direitos individuais.

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Bioinformática

A bioinformática resulta da combinação interdisciplinar de biologia, matemática, ciência da computação e engenharia. Adicione a isso um enorme capacidade computacional, e um campo vasto se abre para resolver algumas das dúvidas mais pungentes do ser humano. Muitas vezes o avanço em áreas do conhecimento ou no campo do empreendedorismo se dá tanto por paixão quanto por frustração ou por uma combinação das duas. O projeto de sequenciamento genético iniciado pelo governo norte-americano em 1990 foi um desses momentos; Craig Venter resolveu entrar posteriormente, para levantar fundos, e acabou mapeando seu DNA.

Depois de sequenciamento do genoma de algumas bactérias, insetos e do próprio ser humano, as técnicas atuais estão tão avançadas que já é possível desenhar o rosto de uma pessoa e saber seu peso, idade, altura e cor de pele.

Entenda o que são people skills e como desenvolvê-las!

A superfície desse conhecimento está sendo arranhada, há coisas mais profundas por descobrir e que beneficiarão toda a humanidade. Como diz Riccardo Sabatini: “Estamos lidando com os detalhes recônditos de como a vida funciona. É uma revolução que não pode se limitar ao domínio da ciência ou da tecnologia. Deve haver um debate global. Devemos pensar o futuro que estamos construindo para a humanidade. Precisamos interagir com pessoas criativas, com artistas, com filósofos, com políticos. Todos estão envolvidos, porque é o futuro da nossa espécie. Sem temor, mas com a compreensão de que as decisões que tomaremos no próximo ano mudarão o curso da história para sempre”.

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Medicina e Neurociência

Fotos e vídeos recuperando o que sonhamos? Órgãos impressos em impressoras 3D para transplantes? Internet do corpo? Tratamentos genéticos individuais? Tudo parece muitíssimo avançado, mas não estamos mais tão distantes dessa realidade, ela está cada vez mais próxima. Inúmeros avanços na pesquisa científica estão sendo motivados por pessoas comuns que enxergam nesse campo do conhecimento a possibilidade de reinventar a medicina, a saúde, o envelhecimento, as terapias. Tudo isso movido por tecnologias exponenciais e inesperadas combinações de aplicações, hardware, sensores etc.

Os novos tipos de intervenção tecnológica mexem profundamente no corpo humano e tudo o que se refere a isso tem de passar por um processo intenso e burocrático de proteção à vida das pessoas. Muitos dos protocolos não evoluíram tão rapidamente quanto a tecnologia e os dispositivos criados para apenas monitorar determinados índices corporais precisam passar por um processo longo e muitas vezes caro. Regulação, fabricação, segurança, eis três dos diversos itens que constituem algumas das muitas barreiras de entrada a empreendedores da área médica e de neurociência.

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Nem por isso o desenvolvimento parou, pelo contrário, está aumentando consideravelmente, uma vez que saúde com qualidade e longevidade são capitais para a humanidade, e a tecnologia e os processos de produção estão cada vez mais baratos e acessíveis.