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A estreia do SingularityU no Brasil – Parte 3

Hands on! No segundo dia do SingularityU Brasil Summit, a ordem é colocar a mão na massa e entender como utilizar ideias na prática.

Larry Keeley, estrategista de inovação, mostrou os gráficos – de seu livro “Dez Tipos de Inovação”- que detalham sua metodologia para pensar fora da caixa. Depois de elogiar a criatividade do Brasileiro – fala unânime entre os palestrantes internacionais – Keeley incentivou a plateia a quebrar paradigmas. “Esquece tudo o que você aprendeu sobre inovação até agora”, alertou. O planejamento da inovação começa quando existe uma previsão de suas consequências no futuro. Então Larry listou a fórmula:

1 – tem que ter tecnologia.

2 – tem que ser uma experiência incrível, que dê vontade de contar para os amigos.

3 – o preço precisa ser justo. Entre a explicação do método, a menção ao (ótimo) filme “Pantera Negra” e a crítica ao imenso gap de salários no Brasil, Keeley deixou uma mensagem de incentivo: “crie o seu próprio sistema”. Em seguida apontou que cases de economia compartilhada como Airbnb ou Uber não foram criados por um cientista de vanguarda no Silicon Valley. “Foram criadas por adolescentes que sentiram a necessidade de desenvolver um sistema que se adaptasse às suas realidades”. E desafiou a audiência afirmando que ainda não existe uma tecnologia made in Brazil com sucesso internacional.

Na sequência Plínio Targa subiu ao palco se apresentando como o “representante de um coletivo de pessoas que trabalha para a Braincare”. Ponto para o CEO, que já supõe uma gestão horizontal na empresa de saúde. O grande gol da Braincare Health Technology é o ineditismo no monitoramento de pressão intracraniana (PIC), de forma eficaz e não invasiva. Ou seja, acessar, modificar e monitorar a pressão do crânio humano é possível. Sim, nós temos um movimento de expansão e contração do cérebro intimamente ligado ao ritmo cardíaco. E a nova tecnologia serve para tratar diversas patologias como AVC, aneurisma cerebral, cefaleia, traumas e hidrocefalia.

Tonia Casarin, uma mulher apaixonada por crianças entrou em cena munida de dados sobre inteligência emocional. Para a educadora, não há tecnologia melhor do que a humana. Preparar as crianças é a sua prioridade. “60% das crianças que estão na escola primária vão trabalhar em empregos que ainda não existem”, afirma. “E como prepará-las para um futuro que a gente não sabe como vai ser”? indaga. Depois de contar que o período em que as crianças desenvolvem maior atividade cerebral é até os seis anos, Tonia sugeriu que os pequenos entendam: o eu (quem sou, o que me motiva), o outro (como ter empatia) e o mundo (como se adaptar ao desconhecido). E por fim ela pontua: “a afetividade está diretamente ligada ao aprendizado”. Já é um bom começo para uma vida em sociedade.

A segunda sessão do dia se chamou “impacto positivo”. Francisco Araujo falou sobre tecnologia social e deu uma aula de inclusão. Ele começou com um reality check sobre o abismo social do Brasil, onde uma das previsões é o dobro de pessoas morando em favelas nos próximos 30 anos. “Temos os piores índices de ensino em ciência e matemática”, apontou. Depois disse que devemos olhar para quem não tem oportunidade e que os 35% que não estão conectados no Brasil correspondem a um desperdício de criatividade. Seu desejo é que as pessoas usem mais tecnologias para a área social.“Não adianta sonhar com futuros inclusivos se não formos inclusivos na hora de sonhar”, finalizou.

O norte-americano Raymond McCauley falou sobre biologia digital e genética. Depois de mostrar a queda exponencial do preço para sequenciar o genoma humano, ele mostrou suas previsões. “Que tal fazer bacon sem machucar um porco”? “E que tal identificar o câncer em estágios muito precoces, por meio de simples exames de sangue”? Se por um lado a leitura de DNA parece uma maravilha, por outro, o poder de modificar geneticamente um organismo é amedrontador. McCauley sabe disso e pergunta o que fazer quando você tem a tecnologia mais assustadora do mundo. A resposta é: “coloque-a nas mãos de uma criança de cinco anos”.

Encerrando a manhã, entra em cena o assunto que diariamente ilustra as editorias de economia em todo o mundo: blockchain e criptomoedas. O economista e especialista no assunto, Fernando Ulrich, explicou de forma didática o que é isso. “O bitcoin não pode ser reproduzido ou forjado. Pela primeira vez temos a escassez – antes inerente ao produto físico – no meio digital”. E finalizou explicando como funciona o conceito descentralizado da distribuição dos ativos através dos mineradores. “É a internet do dinheiro. Trocamos a carta pelo email. Agora estamos trocando ativos”.

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