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Humanização levada ao extremo – Insights do primeiro dia do SXSW

Por Glaucia Guarcello, CIO da Deloitte e professora convidada SingularityU Brazil

A mensagem principal do primeiro dia de SXSW é: tecnologia a serviço da humanização. Em diversos momentos diferentes, os maiores autores de inovação, empreendedores e executivos reforçaram a mensagem do papel e poder humano em relação a tecnologia.

Na trilha de futuro da força de trabalho, a humanização se destacou pelas discussões de diversidade e inclusão que vão além do óbvio.

Uma das discussões mais relevantes sobre o acesso de pessoas com necessidades especiais, foi acerca da maneira como enxergamos a tecnologia. Precisamos para de olhar as tecnologias como criadoras de “consertos” e passar a olhá-las como habilitadoras de potenciais que próprias pessoas se sintam confortáveis em alcançar. Nosso foco não deveria estar em desenvolver e “normalizar” pessoas e sim em cocriar valor e ideias a partir da diversidade de visões de mundo, percepções e características. As pessoas a quem se destinam essas criações precisam ser incluídas na construção das soluções a elas destinadas, e não apenas usuárias de algo desenvolvido por outros.

Com tanta presença de tecnologia, mais do que nunca, as organizações do futuro precisam ser human-centric designed (em tradução livre: desenhadas com o ser humano no centro).  Já não existe mais uma organização desenhar papéis e responsabilidades específicos, e muito menos comportamentos esperados de seres humanos. A flexibilidade, co-construção e escuta ativa passam a ter um papel cada vez mais relevante. Falando nisso, a escolha entre as novas formas de trabalhar, como remoto, hibrido e presencial estarão cada vez mais nas mãos dos funcionários, e não da empresa. A empresa estará a serviço das escolher e preferências de seus colaboradores.

Outra palestra que trouxe a humanização no design foi a de Josh D’Amaro, Chairman de Experiences & Products da Disney, que abordou seu storytelling centrado em encantar e gerar memorias afetivas em seus clientes, e em como as novas tecnologias tem habilitado essa entrega de valor. Foram demonstradas soluções como robótica e hologramas em um nível de qualidade marcante, encantando toda a plateia.

Problemas relevantes além da inclusão foram debatidos, como a agricultura na África. O continente ainda não e autossustentável em alimentos, mas possui potencial de alimentar todo o mundo. Startups de rastreamento e monitoramento de equipamentos, de conexão entre fazendeiros e maquinário e até mesmo de educação tem se destacado como parte da resolução destes problemas, mas necessitam de apoio, tração e mais investimentos para escala.

Questões intergeracionais foram tema da casa Dell de experiências, abordando o novo normal do trabalho e o valor que novas gerações dão à autonomia, experiências e propósito. Culturas de comando e controle não terão mais atratividade para as novas gerações. Assim, vemos que tratar adultos como adultos nunca foi tão relevante.

Fundador da Open AI, empresa responsável pelo Chat GPT, Greg Brockman veio quebrar a crença de que a inteligência artificial serve para automatizar o trabalho físico. Segundo ele, grande parte do trabalho memorável que a IA vem desenvolvendo é relacionado à atuação cognitiva, como a resolução de problemas e a composição de músicas e poemas. Porém, ainda estamos distantes de automatizar um ser humano inteiro ou um trabalho inteiro.

De toda forma, precisamos como humanidade compreender quais os ambientes de maior geração de valor da IA e integrá-los na sociedade para redefinir o papel dos humanos. Certamente o futuro será ainda mais interessante e transformacional para a inteligência artificial generativa.

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Conheça os correspondentes – SXSW 2023

Confira os especialistas presentes no SXSW 2023, que acontece de 10 a 19 de março.

Falta pouco para começar o maior festival de criatividade, tecnologia e inovação do mundo, o South By Southwest (SXSW ou South by para os íntimos). Em sua 11ª edição, o SXSW traz como proposta principal apresentar uma nova abordagem sobre as transformações para o futuro que já está acontecendo, com um olhar estratégico para questões ESG. Além disso, Inteligência Artificial, ChatGPT, mudanças climáticas e representatividade no universo gamer são alguns dos temas discutidos em Austin, Texas, entre 10 e 19 de março.

Com o lema de superar a FOMO (fear of missing out) para dar lugar à JOMO (joy of missing out), oito pessoas do ecossistema da SU Brazil vão contar no blog e nas redes sociais (LinkedIn e Instagram) o que acontece de mais relevante dentro do SXSW. O evento já contou em edições anteriores com a presença de nomes como Mark Zuckenberg, Elon Musk, Barack Obama, Dolly Paltron e Lady Gaga.

Em 2023, estão confirmados palestrantes como Kyle Vogt, cofundador da Twitch, Dan Schulman, presidente e CEO do PayPal, e Ginni Rometty, CEO da IBM. As atrizes Kristen Bell e Tilda Swinton também marcarão presença. Tradição do SXSW, a futurista Amy Webb lançará mais uma vez seu report de tech trends com exclusividade para o festival.

Abaixo, conheça um pouco mais sobre os correspondentes SU Brazil:

Reynaldo Gama
CEO da SU Brazil, Reynaldo é apaixonado por inovação. No blog, compartilhará suas ideias sobre as tendências dos negócios, futuro e novas abordagens para a inovação.

Poliana Abreu
Poliana é Head da SU Brazil. Com sólido background em sustentabilidade, Poliana é apaixonada por questões ESG, assunto que vai procurar divulgar também.  Além disso, Poliana é movida por educação e lifelong learning, temas que chamarão sua atenção no festival.

Carla Tieppo
Além de trazer seus insights poderosos sobre neurociência para o blog e as redes da SU Brazil, Carla será uma das brasileiras que comporá o line-up do SXSW. A neurocientista comanda na quinta-feira 16, às 10h (horário local), o painel  “Paris Olympic Games, a Neuroscience Experiment”.  Junto a ela estarão Christiane Pelajo, jornalista e fundadora da Chris Pelajo Produções e Natasha de Caiado Castro, CEO da Wish International Events Management.

Letícia Setembro
Futurista, Leticia Setembro vai compartilhar por aqui tudo o que há de mais novo em tendências e futuro. Apaixonada por inovação, também traz suas análises sobre o impacto das novas tecnologias

Glaucia Guarcello
Glaucia é CIO (Chief Innovation Officer) da Deloitte Brasil e professora convidada de inovação corporativa da Singularity University. Recentemente apontada pela revista Época NEGÓCIOS como uma das mulheres mais importantes da inovação no Brasil, as conversas que Glaucia vai trazer por aqui girarão ao redor desta temática.

Eduardo Ibrahim
Eduardo Ibrahim é expert em economia exponencial pela Singularity e um verdadeiro apaixonado pelo impacto das tecnologias exponenciais na economia. Frequentador de festivais de inovação e de contracultura, como o Burning Man, Eduardo provocará a reflexão de temas relevantes de contracultura e mudanças de paradigmas econômicos.

Renan Hannouche
Renan é apaixonado por disrupção e inovação. Ele tem um olhar intenso para os diálogos improváveis e as novas tecnologias e vai compartilhar algumas de suas ideias e insights em inovação e disrupção.

Dante Freitas
Na visão de Dante, a resposta para o futuro está na junção de pessoas e máquinas. Criador da teoria “humanware”, tem um olhar cuidadoso para o papel humano em um mundo liderado por máquinas. Como fã das conexões singulares, Dante vai falar aqui sobre tecnologias, humanidades e suas convergências.

Agora que você conhece nossos correspondentes, não deixe de incluí-los em seu radar!

Acompanhe o blog e as redes da SU Brazil para a cobertura completa (e exponencial) do SXSW.

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Por trás de grandes invenções, exímias mulheres: conheça quem está mudando a história da inovação no Brasil e no mundo

Artigo escrito por Roberta Figliolino, coordenadora de Conteúdo da HSM e SingularityU Brazil

Mulheres desempenham papéis importantes na inovação tecnológica e ajudam a criar um futuro mais inclusivo e equitativo.

Você sabe o que a comunicação wireless, o filtro de café e o COBOL (primeira linguagem de programação complexa) têm em comum? Todas essas criações foram feitas por mulheres.

Com certeza, pensar “fora da caixa” foi o que as guiou para a inovação e a criatividade em diversas áreas, incluindo a arte, a invenção e a tecnologia. O filtro de café foi criado por uma mãe e dona de casa, Melitta Bentz, no fim do século XIX. A atriz Hedy Lamar foi responsável pela invenção da comunicação sem fio, que teve o objetivo de despistar radares durante a segunda guerra mundial – resultando numa série de tecnologias usadas em protocolos como Bluetooth e Wi-Fi. Já Grace Hopper foi quem criou o primeiro compilador de programação, tendo papel fundamental no desenvolvimento de linguagens de programação modernas, como o já citado COBOL.

A presença das mulheres na tecnologia sempre foi essencial para a economia e o desenvolvimento social, mas ainda falta espaço. Ao deixar de fora mulheres da economia digital, países de baixa renda, como o Brasil, perderam US$ 1 trilhão do PIB, segundo dados da ONU Mulheres trazidos na Newsletter do veículo The Shift em 07/03. Por mais que haja uma alta demanda por profissionais do setor de tecnologia, apenas 37% das vagas hoje são ocupadas por mulheres, como apontado pela Brasscom.

No entanto, apesar de um longo caminho a ser percorrido, é importante destacar que a presença feminina na tecnologia está aumentando — e a Singularity University é um exemplo disso. A universidade conta com uma equipe de especialistas que inclui diversas mulheres em posições de destaque. Essas mulheres são líderes em suas áreas e estão fazendo contribuições significativas para a inovação tecnológica, além de incentivar outras mulheres a fazer parte deste movimento de mudança.

Pioneira na aplicação da neurociência em organizações no Brasil, Carla Tieppo é expert em Neurociência na SingularityU Brazil. Tem vasta experiência como professora, pesquisadora e consultora em empresas de diversos setores. Carla já foi responsável por gerar a mudança de mindset de líderes de grandes empresas no Brasil e no mundo, como Petrobras, AMBEV, Braskem, Suzano, Novartis e entre outras. Cientista premiada, também leva o conteúdo neurocientífico de maneira acessível. Seu trabalho é um exemplo de como a tecnologia e a neurociência podem ser combinadas para promover soluções inovadoras e inclusivas para o mercado e a sociedade em geral.

Realizando o sonho de muitas meninas que cresceram olhando para o céu, Yvonne Cagle viu a Terra de longe quando foi a primeira astronauta negra a pilotar uma nave espacial. Com formação em Medicina pela Universidade de Washington e um PhD em Medicina Aeroespacial pela Universidade de Stanford, é uma astronauta, médica e defensora dos direitos humanos. Yvonne é expert tanto em espaço quanto em medicina na Singularity University, e tem uma vasta experiência em liderança, pesquisa e inovação. Ela é uma voz ativa na defesa da igualdade de oportunidades e na promoção de um futuro sustentável e inclusivo para todos.

Recentemente, Anne Connelly se uniu ao escritor queniano Chief Nyamweya para criar a série transmídia “TRUSTE”, que conta com uma revista em quadrinhos, uma animação e uma coleção de NFTs que traz uma visão de um país africano fictício. Esta visão é fundada em confiança, sustentabilidade e liberdade. Anne é ativa na comunidade internacional de blockchain e atua como expert em Blockchain na Singularity University. Sua relação de proximidade com o continente africano vem desde que trabalhou como membro do conselho de direção da Médicos Sem Fronteiras Canadá na República Centro-Africana e na República Democrática do Congo. Anne é uma defensora da igualdade de gênero na tecnologia e acredita que o blockchain pode transformar a vida de pessoas em economias emergentes.

Jaya Baloo é uma das principais especialistas em segurança cibernética do mundo. “Ninguém se sente livre online, a menos que você proteja sua segurança, privacidade e liberdade de expressão”, acredita a expert. Com um diploma de bacharel em Ciência da Computação pela Universidade de Amsterdã, Jaya é Chief Information Security Officer (CISO) na Avast, uma empresa líder em soluções de segurança digital. É professora em diversas instituições de ensino, incluindo a Singularity University. Jaya é também uma grande ativista na defesa da privacidade digital é o papel crítico da segurança cibernética na proteção da liberdade e dos direitos humanos.

Tiffany J. Vora é uma especialista em biologia sintética e sua aplicação na resolução de problemas globais. Ela defende a inclusão da diversidade na tecnologia e trabalha para promover a ética e a responsabilidade na aplicação da biologia sintética para o bem comum. Ela se dedica ativamente a amplificar o impacto das mulheres em STEM (sigla em inglês para ciências, tecnologia, engenharia e matemática).

Seja nos laboratórios, nas salas de aula ou nas organizações, a presença feminina na tecnologia está crescendo. As mulheres na Singularity University e em outras organizações desempenham papéis importantes no acesso à informação e inovação tecnológica, ajudando a criar um futuro mais inclusivo e equitativo. O caminho é longo e ainda há muito trabalho a ser feito para promover a igualdade de gênero na tecnologia, mas essas exímias mulheres representam um importante passo na direção certa.

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Economia ambiental: saiba o que é, suas características e sua importância

O debate sobre o desenvolvimento sustentável ganhou força a partir da década de 60, quando surgiram alguns conceitos a ele relacionados. É o caso da economia ambiental e da economia ecológica.

Diante de um crescimento econômico desenfreado e acelerado pelas necessidades básicas da população, os danos ambientais atingiram um patamar comprometedor para as gerações futuras. 

Neste contexto, a teoria econômica vem buscando formas eficientes de utilizar os recursos naturais para a promoção do bem-estar social.

Foi exatamente isso que impulsionou os estudos entre economia e meio ambiente. Vamos abordar neste artigo algumas perguntas relacionadas ao tema. 

O que estuda economia ambiental? Qual o objetivo da economia do meio ambiente? E sua importância? E sua diferença para a economia ecológica?

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O que é economia ambiental?

A economia ambiental é um subcampo da economia que aplica a teoria econômica, seus conceitos e métodos para analisar as questões ambientais e os impactos das atividades econômicas sobre o meio ambiente

Em outras palavras, é uma área que usa os princípios da economia para estudar a gestão dos recursos ambientais.

Os chamados economistas ambientais usam estes princípios para entender como indivíduos e organizações tomam decisões sobre o uso de recursos naturais e como essas decisões afetam o meio ambiente.

E o que estuda a economia ambiental? Algumas de suas principais áreas de estudo incluem:

  • a avaliação de recursos e serviços ambientais;
  • a avaliação dos custos e benefícios das políticas ambientais;
  • a análise dos trade-offs entre crescimento econômico e proteção ambiental;
  • o projeto de instrumentos baseados no mercado para proteção ambiental (como sistemas de comércio de emissões).

Como foi desenvolvida a economia ambiental?

A disciplina surgiu na década de 60, quando a sociedade começou a entender que a vida na Terra estaria em risco devido à potencial escassez dos recursos naturais.

Para compreender isso, é fundamental ter em mente que a economia convencional não considera qualquer conectividade entre os sistemas ecológicos, o consumo e as atividades de produção. 

Ou seja, na visão dos economistas tradicionais, os fluxos monetários circulam em um sistema fechado: o dinheiro vai e vem entre produtores (empresas) e consumidores (indivíduos), e o meio ambiente é uma “externalidade”. 

Considerando esta perspectiva, o sistema econômico não precisa se preocupar com a extração de recursos para produzir bens nem com o lixo, fruto do processo econômico. 

No entanto, na década de 1970, temos uma mudança relevante nesta visão, o que derivou de três fatores:

  • aumento da poluição em países desenvolvidos, em especial Japão e Estados Unidos;
  • aumento no valor do petróleo entre 1973 a 1979, o que suscitou o debate sobre a viabilidade permanente do recurso;
  • o relatório “Os Limites do Crescimento”, que aponta que o crescimento desenfreado da população e da economia não era viável, pois o meio ecológico não teria condições de suprir a demanda de produção e consumo. 

A partir dessa constatação da realidade, o sistema econômico começou a considerar a relação entre economia e natureza, fazendo surgir conceitos como economia ambiental e economia ecológica.

E qual o objetivo da economia do meio ambiente?

Quais são os objetivos da economia ambiental?

Objetivos da economia ambiental

O principal objetivo da economia ambiental é atribuir valor aos recursos naturais e olhar a questão ambiental sob a perspectiva da economia convencional. 

Ou seja, ela valoriza o meio ambiente pelo seu potencial valor em dinheiro, e não pelas suas qualidades intrínsecas. 

Porém, por ter uma natureza interdisciplinar, esse campo de estudo acaba se desdobrando em outros objetivos que focam em enfrentar os desafios ambientais a partir da maximização do valor dos recursos.

Assim, podemos apontar como objetivos da economia ambiental:

  • Analisar os trade-offs entre o crescimento econômico e a proteção ambiental para informar as decisões políticas;
  • Avaliar os custos e benefícios das políticas ambientais, o que inclui a distribuição de benefícios e custos entre diferentes grupos da sociedade;
  • Promover o crescimento e desenvolvimento econômico sustentável, considerando os impactos de longo prazo das atividades econômicas no meio ambiente;
  • Promover a alocação eficiente de recursos, considerando os impactos das atividades econômicas no meio ambiente e o valor dos recursos e serviços ambientais;
  • Projetar políticas ambientais eficazes, como instrumentos baseados no mercado, como sistemas de comércio de emissões, impostos e regulamentações;
  • Melhorar nossa compreensão das relações entre a economia e o meio ambiente, com o estudo dos impactos das atividades econômicas e das maneiras pelas quais os fatores ambientais afetam os resultados econômicos.

Após compreender os objetivos, é hora de entender quais os princípios da economia ambiental.

Quais os princípios da economia ambiental?

Até o momento, foi possível entender como foi desenvolvida a economia ambienta enquanto subcampo da economia que estuda sua relação com o meio ambiente.

Essa área possui seu próprio conjunto de características que a diferenciam de outras áreas da economia. 

Algumas das principais características da economia ambiental incluem:

  • Análise de trade-offs: a economia ambiental reconhece que há um conflito de escolha, pois uma ação econômica pode resolver um problema e acarretar outro.
  • Abordagem baseada no mercado: este subcampo econômica usa instrumentos baseados no mercado, como preços e regulamentação, para enfrentar os desafios ambientais.
  • Natureza interdisciplinar: a área se baseia em percepções e perspectivas de campos como ecologia, economia de recursos, gestão de recursos naturais e ciência da sustentabilidade.
  • Foco no meio ambiente: o campo se preocupa com a compreensão das interações entre a economia e o meio ambiente e os impactos das atividades econômicas sobre o meio ambiente.
  • Ênfase no futuro: uma das características da economia ambiental é ter uma perspectiva de longo prazo, reconhecendo que as decisões tomadas hoje podem ter impactos nas gerações futuras e no meio ambiente.
  • Avaliação de recursos e serviços ambientais: os economistas ambientais usam métodos econômicos para avaliar os benefícios e custos dos recursos e serviços ambientais, como ar e água limpos, biodiversidade e serviços ecossistêmicos.

Como visto, as características da economia ambiental refletem a natureza interdisciplinar e prática deste campo e seu foco no uso de princípios econômicos para enfrentar os desafios ambientais do mundo real.

E isso já traz uma ideia relevante de sua importância na sociedade atual.

Entenda também como a Revolução Tecnológica se relaciona com a sustentabilidade no agronegócio.

Qual é a importância da economia ambiental?

Importância da economia ambiental

Abordar questões ambientais a partir da perspectiva econômica: essa é a importância da economia ambiental.

Com ela, é possível compreender melhor as interações entre a economia e o meio ambiente e desenvolver soluções mais eficazes para os desafios ambientais. 

Após analisar as características da economia ambiental, é também possível perceber que ela fomenta o crescimento econômico sustentável.

Este campo de estudo oferece uma base analítica para avaliar e desenvolver políticas ambientais eficazes, além de analisar como os recursos ambientais afetam a economia, incluindo as implicações para a saúde pública e a segurança alimentar, por exemplo.

Por fim, é uma área que busca promover a eficiência e a equidade na alocação de recursos, sempre considerando os impactos das atividades econômicas no meio ambiente e o valor dos recursos e serviços ambientais.

Para entender melhor como foi desenvolvida a economia ambiental, podemos pensá-la em níveis.

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Quais são os níveis da economia ambiental?

Níveis da economia ambiental

Diversos autores especialistas da economia ambiental explicam esta área de estudo de diversas maneiras. Uma delas é pensar nesta economia atuando em quatro níveis, como propõe Marjorie Hartley Ballestero, uma das referências no tema:

Nível macroeconômico

É o desenvolvimento econômico implicando em crescimento, aprimoramento do material humano e progresso tecnológico.

No nível macroeconômico, a economia ambiental foca seus esforços na relação entre desenvolvimento e meio ambiente, considerando o desenvolvimento econômico e social, e a proteção dos recursos ambientais. 

Nível setorial

O nível setorial considera as relações internacionais e aponta que as empresas mais competitivas no mercado internacional são aquelas que investem em questões ambientais. 

Estes investimentos devem estar sujeitos às mesmas regras dos demais investimentos empresariais

Nível microeconômico

O foco aqui é enfatizar a forma como as unidades de produção atuam perante o meio ambiente. 

Na prática, quem polui deve pagar, e as indústrias internalizam esses custos e evitam prejuízos ambientais por meio das inovações tecnológicas.

Nível global

Por fim, o nível global traz as preocupações com desastres ambientais, que não possuem fronteiras. 

É o caso da desertificação dos solos, mudança climática, contaminação da água e perda da biodiversidade, que afetam toda sociedade com altos custos econômicos. 

Com um bom entendimento sobre o que é este campo de estudo, só falta ver exemplos de economia ambiental, certo?

Exemplo prático de economia ambiental

Exemplo de economia ambiental

Um exemplo de economia ambiental muito conhecido atualmente é o uso de instrumentos baseados no mercado para reduzir a poluição do ar. Seu expoente famoso é o mercado de crédito de carbono.

Este mercado é uma forma de implementar o mecanismo de comércio de emissões, uma política para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. 

Nesse sistema, as emissões são limitadas por uma quantidade fixa de licenças de emissão, e as empresas precisam possuir uma licença por cada tonelada de gás de efeito estufa que emitem. 

As licenças são negociadas no mercado, permitindo que as empresas possam comprar ou vender licenças de acordo com suas necessidades.

Esse mercado incentiva as empresas a reduzirem suas emissões, pois as organizações que emitem menos do que estão autorizadas podem vender suas licenças não utilizadas para outras empresas que precisam emitir mais. 

Além disso, esse tipo de política é mais eficiente do que as regulamentações tradicionais, pois permite que o custo de redução de emissões seja distribuído de maneira mais eficiente entre as empresas, ao invés de ser imposto de forma igualitária.

Esse exemplo de economia ambiental mostra como ela pode ser usada para enfrentar desafios ambientais de forma prática, e como o uso de instrumentos baseados em mercado pode ser uma forma eficaz de abordar desafios ambientais.

Por fim, vamos compreender as diferenças entre economia ambiental, economia ecológica e economia verde?

Qual é a diferença entre economia ambiental e economia ecológica?

Diferenças entre economia ambiental e economia ecológica

A economia ambiental e a economia ecológica são campos interdisciplinares que estudam a relação entre a economia e o meio ambiente. Ambas visam a preservação do meio ambiente a partir do uso eficiente e sustentável dos recursos, com ênfase na questão social. 

No entanto, a economia ambiental usa ferramentas da economia tradicional para resolver os problemas, enquanto a economia ecológica objetiva o uso sustentável do meio ambiente.

Ou seja, o primeiro campo vê o meio ambiente como um recurso escasso que pode ser gerenciado por meio de mecanismos de mercado, como preços e regulamentação, para alcançar uma alocação mais eficiente de recursos. Assim, permanece tendo uma visão da economia como sistema fechado.

Já a economia ecológica enxerga a economia como um subsistema dentro do ecossistema maior e argumenta que a economia deve ser integrada à biosfera, em vez de separada dela. 

É, assim, uma abordagem mais holística que reconhece a interdependência dos sistemas econômico, social e ecológico. É uma visão da economia como sistema aberto.

E a economia verde?

A economia verde tem como principal objetivo a diminuição de carbono, o uso eficiente de recursos e a erradicação da pobreza. 

Ao contrário da economia ambiental, que pretende manter o sistema econômico no modo atual e internalizar os custos, a economia verde exige modificações estruturais, como a criação de “empregos verdes”. 

No entanto, ela não apresenta a radicalidade da economia ecológica, que em muitos casos dirá “não” ao crescimento econômico em benefício do meio ambiente. 

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) define a economia verde como:

“[…] um modelo econômico que resulta em ‘melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos ambientais e escassez ecológica’”. 

Confira a seguir um quadro com as diferenças entre economia ambiental, economia ecológica e economia verde:

Características da economia ambiental, ecológica e verde

Conclusão

A economia ambiental foi um conceito que surgiu após a metade do século XX em decorrência da preocupação com o desequilíbrio entre crescimento econômico e meio ambiente.

Com o objetivo principal de atribuir valor aos recursos naturais e enxergar a questão ambiental pela ótica da economia convencional, é uma abordagem que dá um passo adiante àquela época.

No entanto, no contexto atual, é preciso olhar com mais cuidado para os recursos naturais, motivo pelo qual vimos o nascimento do conceito de economia verde. 

Ele está, inclusive, na base das questões que abordam Governança Ambiental, Social e Corporativa nas empresas.

E para compreender os princípios ESG, os cursos que abordam o tema são fundamentais.

Conheça o melhor curso ESG para se capacitar!

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Criatividade humana e a revolução do ChatGPT

Que o assunto “ChatGPT” está em alta, todo mundo sabe. Mas você já parou para pensar que a inteligência artificial generativa pode, de fato, mudar o mundo? Isto porque esta tecnologia consegue avançar sobre o único território pelo qual nós sempre acreditamos estar além da capacidade das máquinas: a criatividade humana. 

Antes de explorarmos o potencial do ChatGPT, é preciso entendermos exatamente o que é esta tecnologia e como ela funciona. O ChatGPT é uma ferramenta de inteligência artificial generativa criada pela startup OpenAI. E o que é a tal “inteligência artificial generativa”?

Diferentemente das tecnologias de análises e previsões criadas a partir de bases de dados estáticas, as plataformas generativas possuem características avançadas de autoaprendizado, sendo capazes de gerar interpretações próprias de textos, imagens e obras de arte.

Para o especialista em IA da Singularity Brasil, Alexandre Nascimento, o ChatGPT tem a capacidade de mudar paradigmas na criação de novos conteúdos. “Por exemplo, eu não sou um ilustrador, mas agora eu consigo ilustrar, com um grau de qualidade bem razoável, o que imagino. Assim, a IA generativa aumenta a produtividade e reduz o custo de geração de conteúdo. Desta maneira, pessoas que não participavam desses mercados por barreiras técnicas ou financeiras agora podem participar”, explica Nascimento.

Quer saber mais como esta nova tecnologia poderá revolucionar, inclusive, o mercado publicitário? Confira a entrevista completa do Alexandre Nascimento em: https://propmark.com.br/como-a-criatividade-publicitaria-pode-ganhar-com-o-chatgpt/

Para mais informações sobre o ChatGPT, acesse: https://www.qurio.com.br/pack/post/chat-gpt-faq-de-introducao

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Perguntando ao futuro:  confie na competência humana e aprenda a perguntar e pensar de forma crítica na era da inteligência artificial generativa

Artigo escrito por Poliana Abreu, Head da SingularityU Brazil e Diretora de Conteúdo da HSM

Mais importante do que ter a resposta, é ter a sabedoria para fazer a pergunta certa. Esta é uma das máximas quando falamos em desenvolvimento de liderança em ambientes complexos e marcado por muitas mudanças. A arte de fazer perguntas e o pensamento crítico sempre foram fundamentais para o avanço do conhecimento e para a tomada de decisões. Mas, com o surgimento da inteligência artificial generativa, essa habilidade tornou-se uma premissa.

A inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, da Open AI, é uma tecnologia que permite a criação de novos conhecimentos, insights e soluções por meio da geração automática de conteúdo. Isso significa que profissionais agora têm acesso a quantidades massivas de informações ordenadas de forma original. Mas a qualidade das respostas depende diretamente da qualidade da pergunta. Com a euforia do ChatGPT já podemos observar, inclusive, o surgimento de empresas especializadas em vender “prompts” (enunciados, perguntas que são geradas pelos usuários do ChatGPT).

Outra habilidade importante é a capacidade de analisar as perguntas de forma crítica e, também, processar as respostas. Os usuários devem ser capazes de fazer esta análise atentamente; identificar padrões e tendências; e, finalmente, buscarem, em seu próprio repertório, conexões que sejam capazes de refinar suas perguntas com base nas respostas obtidas. Os chatbots de AI generativas podem ser incríveis ferramentas para aumentar a produtividade e uma nova forma de busca de informação na web, mas ainda é uma ferramenta “generativa” – faz novas combinações com informações existentes e não essencialmente criativa. Cabe a quem utilizar a ferramenta saber direcionar o conteúdo para a autenticidade.

Formular perguntas eficazes e a fazer a conexão de pontos não óbvios não é uma tarefa fácil. É preciso ter repertório e desenvolver habilidades como empatia e leitura de contextos para saber o que e como perguntar. Além disso, é importante ter uma boa compreensão do contexto, das fontes de informação e da linguagem para que as perguntas sejam precisas e relevantes. Sherry Turkle, antropóloga, socióloga e cientista de computação do MIT, estuda há anos este tema e questiona o motivo pelo qual a sociedade tende a confiar mais nas máquinas do que nos seres humanos. Isso faz com que nos afastemos das reais habilidades humanas. A meu ver, precisamos valorizar e confiar nas características humanas para que consigamos usar a tecnologia a favor de uma relação saudável e eficiente entre homens e máquinas.

Ao escrever esta reflexão, comentei com meu querido amigo e parceiro de trabalho da SingularityU Brazil – Renan Hannouche, sobre o a importância de saber fazer a pergunta certa e ele me presenteou com um novo aprendizado: a palavra pergunta em inglês é “Question” – quest, na linguagem dos gamers, significa: objetivo, propósito, a próxima missão. As “quests podem ser simples, como encontrar um objeto específico, ou mais complexas, envolvendo uma série de desafios a serem superados para chegar a um resultado. Fica a provocação e o convite para que, enquanto organizações e sociedade, comecemos a escolher melhor as nossas “quests” e direcionar o futuro para um caminho mais consciente e coerente.

*Parte deste texto, incluindo o próprio título, foi criado via Chat GPT (fazendo as perguntas certas, claro 😉)

Quer ter acesso a um guia rápido e prático de como aprender a fazer as perguntas certas? Então, confira o guia produzido pela revista HSM Management: https://www.qurio.com.br/pack/post/como-fazer-as-perguntas-certas

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ESG: cursos para conhecer a área e qual o melhor

Para compreender os princípios ESG, os cursos que abordam o tema são fundamentais, especialmente no Brasil.

As questões que abordam Governança Ambiental, Social e Corporativa são relativamente recentes no país, o que justifica a lacuna de capacitação dos profissionais. 

No entanto, na Europa e nos Estados Unidos, o tema é bastante difundido no mundo corporativo, em especial no setor financeiro devido aos investimentos ESG. 

Felizmente, já existe um ótimo curso em ESG no país.

Mas antes de falarmos sobre as capacitações no campo, é preciso compreender o que é ESG, como ele surgiu e sua aplicabilidade nas organizações.

Torne-se uma referência em Sustentabilidade empresarial com a Jornada Executiva ESG, da HSM. O melhor Curso de ESG do Brasil! Confira!

O que é ESG?

ESG é um conjunto de boas práticas e padrões cujo objetivo é constatar se determinada organização é socialmente sustentável, consciente e corretamente gerenciada.  

A sigla ESG significa Environmental (Meio ambiente), Social (Social) e Governance (Governança) e reúne os três pilares desse movimento.

É, em outras palavras, uma maneira de medir o desempenho da sustentabilidade empresarial para além das métricas financeiras.

Uma empresa em conformidade com práticas ESG sabe os impactos negativos e positivos que provoca na sociedade e consegue agir sobre eles.

A empresa é realmente uma opção viável de investimentos sustentáveis? Ela é capaz de gerar impactos positivos sociais, financeiros e ambientais e está engajada para isso?

Essas perguntas podem ser respondidas a partir da avaliação dos critérios ESG. 

Como e quando surgiu o ESG?

O ESG surgiu em um relatório de 2004 elaborado pelo Pacto Global, da Organização das Nações Unidas (ONU).

O objetivo da publicação era engajar organizações a adotarem princípios nas áreas de direitos humanos, meio ambiente, trabalho e anticorrupção. 

O então secretário-geral da ONU Kofi Annan fez uma provocação a dezenas de presidentes de grandes instituições financeiras sobre a integração de fatores ambientais, sociais e de governança no mercado de capitais.

Veja o que é ESG para James Gifford, economista que liderava o grupo de trabalho do Principles for Responsible Investment (PRI), rede ligada à ONU na época:

“O ESG é apenas um subgrupo inserido no contexto maior do investimento sustentável […] Algumas pessoas usam o termo de maneira mais ampla, mas o ponto central é a incorporação de fatores socioambientais nos investimentos para gerenciar riscos. Não é mais sobre ética.”

Atualmente, o conceito de ESG e governança vem se relacionando ao chamado capitalismo de stakeholders.

Capitalismo de stakeholders

Capitalismo de stakeholder é uma visão que vai além do conceito principal do capitalismo, que é o retorno ao acionista como principal objetivo de uma companhia.

Com o ESG, a razão de existir de uma organização passa a ser a geração de valor para todas as partes interessadas na empresa (stakeholders). 

Ou seja, o capitalismo de stakeholder é o capitalismo impulsionado por relações entre a organização e clientes, fornecedores, funcionários  e comunidades, em que todos os lados se beneficiam.

Para entender melhor o que é ESG, vamos conhecer melhor seus princípios.

Quais são os princípios do ESG?

Pilares do ESG

Os princípios do ESG (ou pilares) são três: ambiental, social e governança.

Ambiental

São as práticas empresariais voltadas ao meio ambiente, como gestão de resíduos, política de desmatamento, uso de fontes de energia renováveis, posicionamento da empresa sobre mudanças climáticas etc.

Social

Refere-se ao impacto e à responsabilidade social das organizações em prol da comunidade e da sociedade. 

Trata de questões relacionadas ao respeito dos direitos humanos e das leis de trabalho, diversidade, à proteção de dados e privacidade, ao investimento social, ao relacionamento com fornecedores e com a comunidade local, entre outros.

Governança

É o aspecto focado em processos, políticas, orientações e estratégias e orientações de administração das organizações. 

Temas como conduta corporativa, composição e independência do conselho, canais de denúncias sobre casos de assédio, discriminação e corrupção, práticas anticorrupção, auditorias, transparência de dados e outros são abordados neste pilar.

Investimentos ESG: o que são?

Os investimentos ESG são aqueles feitos em organizações com bons níveis de responsabilidade ambiental, social e de governança.

Podemos abordá-los a partir de dois objetivos principais:

  • Impulsionar os setores mais sustentáveis;
  • Ser um motivador de boas práticas de gestão corporativa.

Para entender melhor o conceito, é preciso conhecer seu funcionamento. 

De forma simples, fundos de investimentos e investidores analisam, conforme seus parâmetros, o nível ESG que determinada organização se encontra. 

Não existe um framework padronizado, pois há casos em que se dá pesos diferentes aos parâmetros conforme o tipo de fundo e o setor de negócio em avaliação.

A partir da análise, a empresa entra no radar de investimento.

Por isso, os investimentos ESG são capazes de promover o crescimento de companhias que se preocupam não só com o lucro, mas com a sociedade, o mercado e a vida de seus colaboradores.

Para se ter uma ideia, a Forbes aponta a existência de mais de 500 fundos de índice focados em sustentabilidade somente nos Estados Unidos, com mais de US$250 bilhões em ativos.

Diante deste movimento, os executivos estão mais preocupados em aplicar o ESG nas empresas.

Entenda também como a Revolução Tecnológica se relaciona com a sustentabilidade no agronegócio.

ESG nas empresas

ESG nas empresas

Uma pesquisa conduzida pela consultoria Walk The Talk by La Maison, realizada com mais de 4 mil homens e mulheres de todas as regiões do Brasil e de diferentes classes sociais, abordou a percepção que elas têm sobre determinadas empresas.

Os aspectos apontados envolviam meio ambiente, sociedade e governança, além das principais preocupações da população com essas causas. Em suma, eram questões relacionadas à ESG.

A partir das respostas, a consultoria montou um ranking das empresas líderes em ESG na visão dos entrevistados.

As cinco primeiras organizações, em ordem no ranking, foram Natura, Unilever, Ypê, Boticário e Petrobrás.

Além dessa abordagem, a pesquisa apontou que 94% dos entrevistados esperam condutas de ESG das empresas, mas apenas 17% acreditam que as organizações possuem ações efetivas.

Na prática, isso demonstra a importância de aplicar ESG nas empresas para gerar um impacto positivo na sociedade. Para tanto, ela deve:

  1. Descobrir o seu propósito e o impacto positivo de sua atuação na sociedade;
  2. Realizar um levantamento de suas emissões em todos os níveis, seguido pela definição de metas de redução conforme as melhores práticas;
  3. Investir na relação com stakeholders, com canais abertos de diálogo;
  4. Implementar políticas de transparência e governança claras e objetivas.

Com isso, as organizações poderão experimentar algumas vantagens da implementação dessas práticas.

Quais são as vantagens do ESG para as empresas?

Vantagens do ESG para empresas

O ESG muda de forma fundamental e positiva a forma como as empresas se relacionam com todas as partes interessadas. 

E isso gera muitos benefícios, como:

Redução de custos

Empresas com forte desempenho em ESG são vistas como mais eficientes e melhor administradas.

Uma operação eficiente é, essencialmente, otimizada, o que provoca redução de custos.

Fidelização de clientes

O consumidor tem preferência por produtos mais sustentáveis. Essa é a conclusão do Centro para Negócios Sustentáveis da Universidade de Nova York.

Isso significa que ele está atento a todo o processo produtivo, e não somente à finalidade de determinado produto.

Uma empresa que adota o ESG em suas operações consegue atender aos anseios desse novo perfil, o que leva à maior identificação entre as partes, e fidelizá-los.

Redução do turnover

A preocupação com o aspecto social envolve muitas questões relacionadas ao respeito e ao bem-estar dos trabalhadores. 

Por isso, a empresa que incorpora o ESG tem tendência a apresentar profissionais mais satisfeitos, o que diminui o turnover.

Reputação da empresa

Retomando o conceito de capitalismo de stakeholder, vemos que as empresas já não visam somente o lucro, mas o benefício para todas as partes interessadas.

O ESG possibilita, assim, que ela seja capaz de melhorar sua reputação perante os stakeholders, o mercado e a sociedade. Afinal, eles sabem que ela está atuando em prol dos impactos positivos.

Sustentabilidade

Um dos pontos-chave das organizações comprometidas com o ESG é a adoção de políticas ambientais e que promovam a responsabilidade social.

Por isso, um benefício evidente de se adotar ESG nas empresas é a sustentabilidade de maneira geral.

Torne-se uma referência em Sustentabilidade empresarial com a Jornada Executiva ESG, da HSM. O melhor Curso de ESG do Brasil! Confira!

Maior atratividade para investidores

Uma recente pesquisa do Statista traz um dado interessante: a partir de 2022, mais de 40% dos investidores vêem os critérios econômico, social e de governança (ESG) como sendo completamente parte integrante da análise de crédito.

Esses investidores acreditam que o ESG desempenha um papel proeminente na solvência, influenciando a qualidade do crédito e a capacidade dos mutuários de cumprir os compromissos financeiros. 

Esse é só um exemplo de como os programas ESG contribuem para que a empresa seja vista de forma positiva no mercado.

Competitividade 

Some a redução de custos, a melhor reputação da empresa, a sustentabilidade, a fidelização de clientes, a redução de turnover e a maior atratividade para investidores que você terá uma empresa mais competitiva.

Vale pontuar também que empresas ESG, em geral, têm maior capacidade de inovação, o que contribui para o aprimoramento da gestão.

Como é o mercado de trabalho na área de ESG?

Mercado de trabalho na área de ESG

Após compreenderem o que é ESG e sua importância para as empresas, os executivos passaram a buscar profissionais capacitados para atuar na área.

Afinal, uma organização bem-sucedida nos dias atuais deve necessariamente unir o desenvolvimento econômico aos compromissos ambientais e sociais. 

Em outras palavras, para adotar uma agenda ESG, é fundamental contar com especialistas capazes de traçar estratégias que mostrem os esforços organizacionais em atender às expectativas do mercado e da sociedade.

Por este motivo, o mercado de trabalho na área de ESG e governança corporativa está em franco crescimento. 

Um relatório do CFA, organização global que certifica profissionais de investimentos e finanças, aponta para a falta de pessoas qualificadas neste campo.

De acordo com o documento, menos de 10 mil pessoas, em um universo de 1 milhão de currículos analisados no LinkedIn, apresentavam competências relacionadas a ESG.

Diante disso, a busca por cursos em ESG também está crescendo.

Além disso, há, ainda, uma preocupação organizacional em capacitar os profissionais atuais para lidar com as questões que envolvem ESG em suas decisões rotineiras, independentemente da área ou do nível hierárquico. 

E quem pode trabalhar com ESG? Quais as competências esse profissional deve ter? 

Não existe um profissional específico de alguma área de atuação, o que significa que um engenheiro e um publicitário podem atuar no campo.

O importante é:

  • Ter capacidade para engajar lideranças e equipes;
  • Atuar com visão sistêmica, buscando recursos nas diversas áreas empresariais para garantir a sustentabilidade empresarial;
  • Ter capacidade de negociação, pois será preciso mediar as necessidades dos múltiplos stakeholders envolvidos, desde acionistas à comunidade;
  • Preparar-se para lidar com questões multidisciplinares, como apoio a comunidades, transição energética, políticas de diversidade, projetos de transparência na gestão de dados.

ESG: cursos para se aperfeiçoar na área

Cursos sobre ESG

Como se especializar em ESG? Qual o melhor curso ESG?

A qualificação em ESG possibilita ao profissional pensar de maneira sistêmica, escutar as demandas da sociedade e articular as várias áreas das empresas. 

E quando o assunto é governança corporativa e ESG, os cursos na área são diversos quanto à abordagem e quanto à proposta.

Os executivos conseguem encontrar muitas opções gratuitas, é verdade. No entanto, elas costumam ser muito superficiais, o que não contribui para uma atuação de excelência.

Já os cursos pagos são bastante ecléticos quanto aos níveis e à abordagem. Há, inclusive, instituições com especializações e mestrados em temas afins, como gestão ambiental e sustentabilidade, que não tratam diretamente de ESG.

Um deles se destaca em nossa visão: a Jornada Executiva ESG, da HSM.

Jornada Executiva: o melhor curso de ESG

Fundada em 1987, a HSM é a maior plataforma de educação corporativa do país e referência internacional em gestão e negócios.

Em seu curso “Jornada Executiva ESG”, desenvolvido em parceria com “Capitalismo Consciente Brasil”, os profissionais podem aproveitar de uma jornada de aprendizagem com especialistas de mercado.

Voltado para C-Level, Diretores, VPs, Superintendentes, Gerentes e Consultores, o curso em ESG  conta com uma carga horária de 45 horas.

Por meio de vídeos, podcasts, artigos, pesquisas e atividades de reflexão, o programa aborda conceitos e cases para que os profissionais conheçam as melhores práticas para exercer uma liderança ousada, significativa e positivamente impactante para as pessoas, as organizações e o planeta.

Ao final do curso, eles serão capazes de tomar decisões assertivas, baseadas nos principais elementos do movimento ESG, implementar o modelo de governança seguindo tais critérios e aprofundar a relação entre lucro e propósito nos negócios.

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Conclusão

Quando um profissional quer se qualificar em ESG, os cursos são uma forma de aquisição de conhecimentos valiosos e aplicáveis à realidade corporativa.

A escolha por boas instituições de ensino é fundamental para formar um bom especialista, que será um dos responsáveis em trazer os benefícios do ESG para as empresas.

É o caso do curso Jornada Executiva ESG, da HSM. Referência internacional em gestão e negócios, a plataforma de educação corporativa traz um curso completo para capacitar líderes e transformar negócios!

Inscreva-se já no programa Jornada Executiva ESG e aprenda como provocar transformações na organização, alinhadas com os principais tópicos relacionados a ESG e Capitalismo Consciente!

Leia também sobre o que é a economia verde e sua importância.

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DeFi (finanças descentralizadas): o que são e quais as suas principais aplicações?

DeFi (finanças descentralizadas ou Decentralized Finance) é um campo da tecnologia financeira em rápido crescimento que vem ganhando impulso desde que surgiu em 2014.

É um termo guarda-chuva para uma variedade de aplicações construídas sobre redes e protocolos de blockchain, que vão desde plataformas de empréstimo a ferramentas de negociação.

Esta nova onda de tecnologias disruptivas pode modificar o modo como administramos nossas finanças pessoais e empresariais.

Com sua ampla gama de benefícios tanto para indivíduos quanto para empresas, a DeFi se tornou rapidamente uma das áreas mais promissoras dentro do espaço fintech hoje.

Neste artigo, vamos abordar as principais questões sobre o tema. O que são as finanças descentralizadas? Qual a sua importância e as principais aplicações? Como comprar DeFi?

Acompanhe!

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O que é DeFi?

DeFi (finanças descentralizadas) é um conjunto de protocolos e aplicações que são construídos em uma blockchain cujo objetivo é fornecer às pessoas acesso a serviços financeiros que não dependam de bancos tradicionais ou entidades apoiadas pelo governo.

Em outras palavras, os usuários podem realizar operações financeiras, como transferências, negociações e empréstimos, sem o intermédio de bancos ou demais instituições.

Isso se dá porque as operações são descritas e executadas por smart contracts (contratos inteligentes) e algoritmos, sendo portanto autoexecutáveis.

Um contrato de empréstimo entre duas empresas, por exemplo, pode se dar sem a participação de um banco e suas condições.

Afinal, as partes definem previamente valores, juros, forma de transferência, garantias e todas as cláusulas contratuais, e os contratos automatizados se executam conforme as condições.

Entendeu o que é o sistema DeFi? Ele remonta ao próprio surgimento do Ethereum.

Como e quando o DeFi surgiu?

O DeFi vem ganhando impulso desde a criação do Ethereum, a primeira blockchain a permitir que os desenvolvedores criassem contratos inteligentes. E quando o DeFi surgiu?

Em 2014, Vitalik Buterin publicou um white paper sobre a rede, e, a partir de então, os desenvolvedores têm sido capazes de desenvolver aplicações e protocolos sobre a cadeia de bloqueio.

O dinamarquês Rune Christensen, por exemplo, lançou no mesmo ano a MakerDAO (MKR), plataforma descentralizada de empréstimos. 

Na sequência, vieram o Compound (protocolo de empréstimos), a Uniswap (exchange descentralizada) e outros grandes projetos. 

Onde funcionam as aplicações DeFi?

Onde funcionam as DeFis?

As aplicações DeFi são implantadas em blockchain, principalmente no Ethereum, que concentra a maior parte dos projetos.

Isso acontece porque ela apresenta grande capacidade de suportar contratos inteligentes e protocolos financeiros descentralizados.

Os protocolos baseados nesta rede fornecem uma ampla gama de serviços financeiros incluindo empréstimos, plataformas de negociação, produtos de seguro, ferramentas de negociação, e muito mais.

Além disso, várias outras blockchains foram desenvolvidas para permitir aplicações DeFi, como a Solana (SOL), a Binance Smart Chain (BSC) e a Avalanche (AVAX).

Qual é a importância da DeFi?

A DeFi (finanças descentralizadas) está rapidamente se tornando uma parte importante do cenário financeiro, e suas aplicações estão crescendo rapidamente.

O uso de finanças descentralizadas foi maior em países que negociaram ou movimentaram grandes quantidades de criptomoedas, incluindo EUA e China, como mostra pesquisa da Statista.

O uso de protocolos descentralizados tem o potencial de revolucionar muitos aspectos das finanças, especialmente devido ao seu caráter de fornecer acesso a serviços sem depender de intermediários tradicionais.

Na prática, isto significa que os usuários são capazes de conduzir transações financeiras de forma mais segura e econômica, podendo acessar mercados anteriormente indisponíveis.

Em em um nível mais amplo, a DeFi tem o potencial de trazer inclusão financeira para populações que atualmente não são atendidas pelos sistemas bancários tradicionais.

Vamos esclarecer melhor essa importância falando das possibilidades que o DeFi (finanças descentralizadas) nos trazem?

O que é possível com a descentralização financeira?

A ideia principal das finanças descentralizadas é eliminar o intermediário (instituição financeira ou entidade governamental) na oferta de serviços às pessoas físicas e jurídicas.

Diante disso, podemos apontar algumas possibilidades que a DeFi traz para a sociedade, como:

  • Tomada de empréstimos de criptoativos;
  • Trocas descentralizadas de ativos digitais;
  • Investimentos que podem gerar renda passiva;
  • Obtenção de serviços de garantia financeira, como seguros e hipotecas;
  • Uso de moedas pareadas em dólar (stablecoins) sem precisar de qualquer intermediário.

A compreensão dessas possibilidades passa, inclusive, pelo conhecimento sobre as principais aplicações DeFi.

As principais aplicações DeFi

Aplicações DeFi

As aplicações DeFi podem se relacionar ao mercado de empréstimos, ao gerenciamento de ativos e a outros segmentos.

Os principais protocolos de DeFi são MakerDAO, Compound, Curve Finance, Aave, InstaDApp, Convex Finance, Uniswap, entre outras.

Conheça a seguir as três principais aplicações da descentralização financeira.

Stablecoins

Stablecoins são moedas criadas para manter um valor constante. Por isso, apesar de ter as mesmas características das moedas digitais regulares, apresenta um preço fixo.

Elas são vinculadas a um ativo, como o dólar americano (ou outro moeda fiduciária), ouro ou prata.

Isso faz delas a escolha perfeita para uso em aplicações financeiras descentralizadas e plataformas de negociação.

Dois exemplos são o USD Coin (USDC) e o Tether (USDT), e cada unidade equivale a um dólar.

Plataformas de empréstimo

As plataformas de empréstimo permitem aos usuários emprestar ativos por meio de criptomoedas. Elas são regidas por um contrato inteligente.

Os protocolos geralmente exigem que os mutuários forneçam garantias para a obtenção de crédito.

Eles também configuram sistemas automatizados que permitem aos emprestadores e mutuários interagir em um ambiente descentralizado, com baixos custos de transação e rápido tempo de processamento.

As principais plataformas são MakerDAO, Compound e Aave (AAVE). 

Exchanges descentralizadas

As exchanges descentralizadas (DEXs) permitem que os usuários negociem ativos digitais entre si (peer-to-peer) sem a necessidade de um terceiro.

Ao contrário das exchanges centralizadas, que têm uma empresa e uma equipe no controle, as DEXs são plataformas controladas por smart contracts e algoritmos.

Por isso, fornecem aos usuários maior segurança, velocidade e controle sobre seus fundos.

A Curve Finance (CRV), por exemplo, é uma exchange descentralizada de negociações de stablecoins.

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O que é DAO? Leia nosso artigo que explica o que são e como funcionaam as Organizações Autônomas Descentralizadas.

Como investir em DeFi?

Como investir em DeFi

Como o setor DeFi está crescendo exponencialmente, muitos investidores estão procurando maneiras de tirar proveito dele.

O primeiro passo é entender os riscos associados aos investimentos de DeFi e sempre fazer sua própria pesquisa antes de investir.

Isto inclui entender quais protocolos estão sendo usados, que tipos de ativos eles oferecem e que estratégias você deve usar ao investir. E qual a melhor DeFi?

Sua escolha depende da sua aversão ao risco, ou seja, como você se comporta diante da possibilidade de uma grande perda.

Uma vez que o investidor tenha feito sua pesquisa, ele pode começar a investir. A seguir, expomos uma breve passo a passo:

  1. Escolher qual será a sua carteira para armazenar as criptomoedas do projeto.
  2. Comprar criptoativos diretamente ou comprar fichas que representam uma certa parte de um protocolo DeFi (por exemplo, Aave LEND), o que pode ser feito na própria carteira ou em exchanges do mercado.
  3. Acompanhar o desempenho de seus investimentos e avaliar se eles estão ou não atingindo seus objetivos.

Formas de investir em DeFi

Para ter lucros com as finanças descentralizadas, o investidor pode adotar algumas formas de investimento, como:

  • Tokens em exchanges: é a compra de tokens de plataformas DeFi (UNI e AAVE, por exemplo) com moeda fiduciária.
  • Pools (piscinas de liquidez): o investidor deixa seus tokens para ganhar em cima das taxas de transações realizadas no protocolo.
  • Empréstimos: o investidor permitirá a disponibilização de duas criptos a terceiros e cobrará uma porcentagem de cada pessoa que pegou o valor (juros).
  • Fundos de investimento: é o investimento em produtos que aplicam recursos parcial ou integralmente em DeFi, como os fundos geridos pela QR Asset, Vitreo, Hashdex e BLP.

Com todas essas possibilidades, o DeFi (finanças descentralizadas) pode proporcionar uma oportunidade interessante para indivíduos e empresas diversificarem seus portfólios e acessarem novas fontes de renda.

As vantagens das finanças descentralizadas

Vantagens das DeFis

Entrar no universo da descentralização financeira pode trazer muitas vantagens aos interessados. Afinal, estamos falando na possibilidade de realizar negociações, empréstimos, trocas de ativos e outras transações financeiras sem intermediários.

A seguir, apontamos os principais benefícios, como flexibilidade, rapidez, transparência e abertura.

Flexibilidade

Os protocolos DeFi são baseados na tecnologia blockchain, o que permite a oferta de uma maior gama de produtos e serviços aos usuários.

Em outras palavras, é possível atuar com protocolos de diferentes segmentos, o que permite maior diversificação de investimentos.

Rapidez

As operações financeiras descentralizadas são executadas rapidamente, especialmente se comparadas com os sistemas bancários convencionais.

Isto ocorre porque a tecnologia de blockchain funciona de forma distribuída e segura, sem a necessidade de intermediários.

Ou seja, o dono dos ativos pode movê-los para qualquer lugar a qualquer momento de maneira rápida.

Transparência

A transparência é um dos pontos de destaque, pois os envolvidos conseguem ver o conjunto total de transações, algo impensável nas finanças tradicionais.

Todas as mudanças nos protocolos DeFi são tornadas públicas por meio de códigos abertos, o que aumenta a confiança entre os usuários. Além disso, todas as transações financeiras são armazenadas com segurança na cadeia de blocos.

Abertura

A abertura dos protocolos DeFi permite a qualquer pessoa acessar e interagir com o sistema. Não há restrições quanto à origem, nacionalidade ou residência.

Tudo o que você precisa é de uma conexão à internet e uma carteira compatível para começar a investir em projetos DeFi.

Por isso, é uma alternativa digital às bolsas de valores, com menor custo, o que possibilita a criação de mercados financeiros mais abertos, justos, livres e acessíveis a qualquer pessoa com conexão à internet.

Vale destacar, por fim, que o usuário não precisa se inscrever ou abrir uma conta, bastando a criação de uma carteira. E também não há necessidade de fornecer informações pessoais, como nome ou endereço de e-mail.

Os riscos da DeFi

Riscos da DeFi

Apesar das vantagens, é importante lembrar que os investimentos da DeFi estão sujeitos a certos riscos.

Comprometimento de segurança

Os protocolos desse mercado sofrem ataques constantemente devido a falhas em seus códigos, o que causa uma enorme perda financeira. Isso ocorreu recentemente com o protocolo Raydium.

De acordo com o relatório “State of DeFi Security”, da Certik, empresa especializada em segurança de blockchain, os protocolos DeFi perderam US$ 1,3 bilhão em ataques hacker em 2021.

A recomendação nestes casos é aguardar a consolidação de um projeto antes de apostar nele.Há, ainda, outro aspecto relativo à segurança dos ativos. São os próprios usuários os responsáveis pela guarda em suas carteiras.

Em caso de perda ou roubo de chaves de acesso, o investidor perderá seus ativos. 

Ocorrência de golpes

Além dos problemas de segurança, há também a presença de golpes.

Dentre os mais comuns, estão o criminoso que rouba a liquidez da DEX, o criador do projeto que rouba o investidor antes de emitir um ativo após o ICO (oferta inicial de criptomoeda), dentre outros.

Portanto, é importante pesquisar cada projeto com muito cuidado e certificar-se de que ele tenha uma base sólida antes de investir nele. Confira quem são os responsáveis por ele e busque informações em sites, jornais, fóruns e redes sociais. 

Complexidade

A natureza descentralizada dos protocolos implica em maior complexidade técnica, o que pode levar a erros e falta de compreensão. 

Além disso, há muitos conceitos relacionados à tecnologia de blockchain, como contratos inteligentes e tokens DeFi, com os quais os usuários precisam se familiarizar.

Vale pontuar, ainda, a usabilidade de certas plataformas, que não é muito amigável.

Volatilidade

O mercado DeFi é extremamente volátil e sujeito a investimentos de alto risco, o que significa que há muitas oportunidades para gerar lucros, mas também grandes perdas.

Portanto, os investidores devem estar cientes dos riscos envolvidos em cada projeto antes de investir seu capital.

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Conclusão

O DeFi (finanças descentralizadas) é um mercado em crescimento que pode oferecer grandes oportunidades aos investidores e facilidades aos usuários.

Entretanto, é importante lembrar que os riscos envolvidos são significativos, especialmente em relação à segurança. 

Por isso, é essencial fazer a pesquisa de projetos e ter ciência sobre as perdas potenciais em caso de investimento. Com pesquisa completa e compreensão do mercado de DeFi, os investidores e as empresas podem ter uma jornada de sucesso.

Tenha em mente que a descentralização financeira já é a atualidade e pode ser o futuro. Aqueles que entendem a tecnologia e seu potencial estarão melhor preparados para ela.

Você sabe o que é a nova economia? Este é um assunto que se relaciona intimamente com as tecnologias que estão mudando nossa concepção de mundo. 

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DAO: o que é, como funciona

O conceito de Organizações Autônomas Descentralizadas (DAO) vem ganhando atenção como uma forma cada vez mais popular de gerenciar operações e ativos digitais com um sistema automatizado.

Este tipo de organização é um conceito revolucionário quando se trata de instituições financeiras, empresas investidoras, empresas de mídia, e muito mais.

As DAO’s são entidades digitais criadas em blockchain que podem incluir estatutos e estruturas de governança para a execução de várias tarefas.

Elas fornecem, essencialmente, a mesma estrutura que existiria em uma corporação, mas sem o uso de intermediários ou intermediárias.

Isso faz com que essas organizações se tornem autônomas, isto é, que operam exclusivamente por meio de código e com um suporte de pagamento baseado em criptomoedas.

Neste artigo, vamos explorar o que compõe uma DAO, como elas funcionam, as vantagens da oferta em relação às estruturas corporativas tradicionais, assim como alguns exemplos reais que estão sendo implementados atualmente em todo o mundo. Boa leitura!

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O que é DAO (Decentralized autonomous organizations)?

DAO (Decentralized Autonomous Organizations, ou “organizações autônomas descentralizadas”, em português) é um sistema que usa a rede blockchain, ou seja, um banco de dados público de criptomoedas para armazenar e manter a sua base de dados de maneira imutável e inviolável, assegurando interações de forma autônoma via contratos digitais programáveis, chamados de smart contratcs.

Qual é a diferença entre DAOs e organizações tradicionais?

Existem diversas características divergentes entre o modelo operacional de organizações tradicionais e as organizações autônomas descentralizadas. 

As principais diferenças incluem o modo de transparência, modelo de hierarquia, automatização de etapas e outros elementos. Veja:

  • Transparência: o fato das DAOs serem públicas permite maior transparência entre os membros, já que as atividades podem ser acessadas por todos os envolvidos, diferentemente de organizações tradicionais que trabalham com movimentações privadas e limitadas a um público seleto;
  • Implementações automatizadas: diferente de organizações de outros modelos que exigem o uso de etapas manuais ou automação controlada de maneira centralizada, os serviços oferecidos na DAO são automatizadas;
  • Agilidade em computação de votos: em uma organização de modelo centralizado, as votações são computadas internamente e os resultados são tratados de forma manual. Nas DAOs, todo o processo ocorre de maneira automática, sem intermediários.
  • Modelo mais democrático: diante da necessidade de rever algum processo ou para implementar novos investimentos e novas tecnologias, os membros da DAO podem realizar uma votação para decisão mais democrática e transparente, não partindo da decisão de uma única pessoa em uma posição mais alta na hierarquia da organização;
  • Sem hierarquias: por fim, outra diferença é que as organizações autônomas descentralizadas não são formadas por hierarquias entre os membros, diferente de empresas tradicionais que trabalham com posições e níveis mais definidos.

Como funciona uma DAO (Decentralized Autonomous Organizations)?

Como funciona uma DAO?

Uma DAO funciona com base em um conjunto pré-programado de regras, de maneira autônoma, sendo coordenada por meio de protocolos de consenso distribuídos.

O Bitcoin foi considerado a primeira DAO totalmente funcional, mas, desde então, o uso de contratos inteligentes foi habilitado de fato na plataforma Ethereum, que tornou esse recurso mais popular com o público atual e ajudou a moldar o atual cenário.

Em linhas gerais, para ser operacional, DAOs precisam de regras codificadas em forma de contrato inteligente, que basicamente é um programa de computador que existe de forma autônoma na internet, mas que precisa de pessoas para realizar tarefas que não pode executar sozinho.

Uma vez que essas regras são estabelecidas, as DAOS entram em fase de financiamento. Nessa etapa, a DAO deve ter algum tipo de propriedade interna, ou seja, tokens que podem ser gastos pela empresa ou utilizados para recompensar atividades dentro dela.

Além disso, ao investir em uma DAO, o usuário obtém direito de voto e, por extensão, a capacidade de influenciar como ela opera.

Ao final do período de financiamento, acontece a implementação da DAO, com ela se tornando totalmente autônoma e completamente independente de seus criadores.

Trata-se de um código aberto, que pode ser visto por qualquer pessoa, sendo que todas as regras e transações financeiras são registradas na blockchain, o que faz com que essas organizações sejam totalmente transparentes, imutáveis e incorruptíveis.

Uma vez que determinada DAO entra em operação, todas as decisões sobre onde e como gastar os fundos são feitas por meio de consenso. 

Todas as pessoas que possuem uma parte da DAO podem fazer propostas em relação ao seu futuro, sendo que o principal mecanismo para evitar o bombardeio de respostas é a necessidade de fazer um depósito monetário.

Ou seja, para realizar qualquer ação, a maioria dos investidores deve votar na proposta, sendo que a vantagem para alcançar essa maioria pode variar dependendo de cada DAO, pois isso é algo especificado diretamente no código.

Em resumo: DAOs permitem que as pessoas entre si troquem seus fundos em forma de investimento, doações, levantamento de fundos, empréstimos e assim por diante.

Trata-se de um sistema capaz de fazer todas essas operações sem a necessidade de um intermediário.

A grande questão desses programas é que, se for detectada no código inicial, ela não pode ser corrigida até que a maioria vote para isso, sendo que, enquanto a votação está em processo, hackers podem usar alguma falha no código com intenções maliciosas.

Por fim, é importante esclarecer que as DAOs não são sistemas capazes de construir um produto, escrever um código ou desenvolver um hardware.

Na verdade, trata-se de um sistema de contratos inteligentes que garante um pagamento mais rápido do que o sistema bancário convencional.

Qual é a importância das DAOs para o mercado cripto?

A importância das DAOs para o mercado cripto

O conceito de DAO é muito relevante no mercado cripto, pois tem como ideal para formar a base de criação do Bitcoin a descentralização e a autonomia.

Como vimos, muitos consideram o Bitcoin a primeira grande aplicação do conceito de DAO, pois funciona com base em um conjunto de regras pré-estabelecidas, de maneira autônoma, descentralizada entre os participantes da sua rede.

Hoje em dia, a aplicação acontece em outro mercado de cripto, a rede Ethereum, por meio da implementação dos contratos inteligentes, o que levou o conceito a um público maior.

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Exemplos de DAOs

Nada melhor do que conhecer alguns exemplos de DAOs para ficar ainda mais fácil de compreender como funcionam essas organizações autônomas na prática. 

Um dos exemplos mais conhecidos é a empresa de criptomoedas Dash, que tornou-se a primeira organização descentralizada a ser criada.

A digix.io também é um caso de empresa descentralizada que trabalha com venda de ativos digitais, assim como a Bitshares, do setor financeiro, que trabalha oferecendo investimentos.

Para quem está mais próximo do tema, talvez o nome mais conhecido seja a própria The DAO, uma organização construída utilizando a blockchain do Ethereum..

Vantagens e desvantagens das DAOs

Vantagens e desvantagens das DAOs

As DAOs são sistemas que apresentam diversas vantagens e desvantagens. Dentre as principais vantagens, podemos citar:

  • Democracia: em uma DAO, todos podem propor mudanças e participar de votações sobre propostas, como decisões sobre como gastar os fundos, por exemplo. Tudo vai depender do consenso entre os participantes, ou seja, o próprio contrato inteligente garantirá que a escolha da maioria será respeitada para seguir com as devidas implementações;
  • Descentralização: a grande vantagem das DAOs é que elas eminem completamente a hierarquia, operando como organizações 100% democráticas e transparente, onde todos possuem acesso às mesmas informações e podem exercer influência sobre as escolhas a respeito do futuro da organização;
  • Amplo acesso e alcance: DAOs permitem negociações, transferência e arrecadações de fundos entre pessoas de qualquer lugar do mundo — algo que só é possível graças à rede blockchain, que funciona 24 horas por dia mundialmente, sem depender de horários bancários ou da supervisão de uma instituição financeira;
  • economia própria: toda DAO normalmente possui a sua própria unidade de valor (token) para facilitar as negociações dentro da organização. Esses tokens podem se valorizar com o tempo, de acordo com o crescimento e popularidade de uma DAO, podendo ser utilizados para recompensar os participantes de acordo com as atividades desempenhadas e dar retorno financeiro pelo seu investimento;
  • Segurança e transparência: como operam na Blockchain, as DAOs são de código aberto, ou seja, todos possuem acesso a como os fundos estão sendo gastos. A rede permite o funcionamento seguro das operações para que seus usuários não precisem depender da confiança nos outros membros, pois a própria blockchain já proporciona confiabilidade a todos.

Mas, assim como existem vantagens, as DAOs também possuem desvantagens. Veja quais são elas a seguir:

  • Código falho: a partir do momento que são implementadas, as DAOs começam a operar de maneira autônoma, automatizada e aberta a todos, entretanto, códigos podem ser implementados para que falhas não sejam percebidas e pessoas mal intencionadas podem enxergar lacunas e viabilizar um ataque hacker, por exemplo;
  • Demora nas votações: alterações para corrigir falhas só podem ser feitas por meio de votação. Isso, ao mesmo tempo que representa uma vantagem do ponto de vista da praticidade e segurança, pode complicar o processo de resolver falhas e gerar prejuízos irreversíveis para os participantes da organização;
  • Regulamentação: os cripto-ativos ainda são questões em aberto esperando discussão na maioria dos países, ou seja, uma grande fonte de incertezas. Logo, para que Startups adotem um modelo de DAO, a estruturação jurídica convencional pode ser um obstáculo a ser enfrentado por empresas que desejam adotar esse modelo.

DAOs valem a pena?

As DAOs são ferramentas tecnológicas úteis e que podem proporcionar uma grande revolução no futuro. 

Funcionam como um tipo de organização coletiva pertencente e administrada por seus membros, em um contexto em que todos têm voz, o que muda completamente como as organizações funcionam hoje.

Diversos analistas e especialistas do setor afirmam que as DAOs estão ganhando destaque e que podem, até mesmo, vir a substituir algumas empresas tradicionais.

Por isso, é fundamental que as empresas, marcas e investidores se mantenham atentos às principais tendências do mercado atual e como elas podem afetar a forma com que as marcas e os consumidores interagem.

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Conclusão

O conceito de organizações autônomas descentralizadas, quando colocado lado a lado ao de organizações tradicionais, se mostra uma alternativa bastante moderna e revolucionária.

Na prática, as DAOs representam grupos de pessoas com determinado objetivo que se organizam sem uma liderança central.

A ideia é remover o modelo de hierarquia convencional das instituições, que vem sendo adotado desde sempre como padrão, e dar lugar a um modelo que usa a rede blockchain para a tomada de decisões.

Esse tipo de proposta apresenta uma série de vantagens, como o próprio modelo descentralizado, maior transparência e a ideia de decisões tomadas de maneira mais democrática e participativa por todos os membros.

Para quem deseja fugir de propostas tradicionais e, talvez, investir em uma opção de empreendedorismo voltado à inovação radical, uma DAO pode ser um ponto de partida.

No entanto, para ter sucesso é necessário compreender com profundidade esse mercado, seus prós e contras para se adaptar e colher bons resultados.

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Modelos de gestão: conheça os principais tipos e saiba como escolher para sua empresa

Para que uma organização consiga sucesso em seus negócios é fundamental conhecer os diferentes modelos de gestão. 

Eles variam conforme fatores internos, como as metas e a cultura organizacional, mas também externos, como a tendência de mercado e a situação econômica.

A escolha certa do estilo é determinante para os resultados da empresa, pois ele interfere diretamente na forma como os processos de trabalho são conduzidos. Em outras palavras, se relaciona a processos, estrutura, política, recursos e pessoas.

Cada modelo apresenta características específicas e traz um conjunto próprio de vantagens e desvantagens. Por isso, é preciso conhecer as possibilidades e entender qual deles usar em seu tipo de negócios. 

E quais são os estilos de gestão? Como escolher o melhor modelo para sua empresa? Neste artigo, explicamos tudo sobre o tema, confira!

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O que é um modelo de gestão?

Um modelo de gestão é um conjunto de estratégias que define a condução da administração de uma organização. 

Ele inclui todos os recursos da empresa, como pessoas, finanças, tecnologia, informação e materiais, bem como princípios, estruturas, processos e atividades-chave que permitem à organização atingir seus objetivos.

Existem muitos estilos de gestão diferentes, cada um com suas características, mas todos têm um ponto em comum: manter todas as áreas da empresa em sintonia para que ela consiga um bom desempenho e atinja os resultados propostos.

Por isso, a escolha pelo modelo ideal é tão importante.

Qual é a importância dos modelos de gestão?

Os modelos de gestão são ferramentas empresariais poderosas que podem ter um impacto significativo sobre o sucesso de uma organização. Sua importância se dá em diversos aspectos. Veja:

  • Contribuem para as equipes de gestão implementarem práticas de gerenciamento eficazes e alcançar seus objetivos;
  • Estabelecem disciplina e consistência em vários processos, sistemas e atividades, a fim de promover maior eficiência e eficácia;
  • Ajudam as organizações a navegar por ambientes de negócios em mudança, fornecendo ferramentas e estratégias para se adaptar a novos desafios e oportunidades.

O empresário que está começando um novo negócio ou busca melhorar suas operações existentes precisa entender os diferentes estilos de gestão para escolher aquele que melhor se adapte às suas necessidades.

E como escolher o modelo de gestão?

Como escolher o melhor modelo de gestão para sua empresa?

Como escolher o modelo de gestão ideal para sua empresa?

Não existe um estilo de gestão que seja adequado para todos os tipos de negócio. É possível, inclusive, mesclar características de diversos modelos.

Por isso, é importante considerar cuidadosamente as necessidades empresariais, os fatores internos e externos, e escolher um tipo de administração que melhor se alinhe com elas. 

Ou seja, o primeiro passo ao aprender como escolher o modelo de gestão é fazer um diagnóstico.

Fazer um diagnóstico profundo da empresa

A escolha por um modelo de gestão passa pela compreensão sobre a organização como um todo. É fundamental conhecer suas características, bem como o atual momento. 

Uma empresa em plena expansão certamente demandará ações e ferramentas de gestão diferentes da organização que enfrenta alto índice de turnover e absenteísmo.

Um diagnóstico profundo é a ferramenta capaz de mostrar algo substancial sobre a empresa, que vai além das tendências adotadas por outras empresas. A cultura organizacional de uma gigante multinacional pode ser bem diferente da sua e pode, inclusive, não se ajustar.

E os líderes precisam se  atentar para alguns pontos neste diagnóstico, tais como:

  • Avaliação do propósito, da razão de ser e da criação da organização;
  • Análise sobre a cultura organizacional e o número de colaboradores;
  • Consideração sobre a atividade econômica desenvolvida, o mercado em que a empresa se insere e qual a sua competitividade no segmento.

Definir a forma de relacionamento desejada com os colaboradores

Um ponto fundamental na hora de escolher um ou mais tipos de gestão organizacional é a forma como a empresa deseja se relacionar com seus profissionais. Isso depende, claro, do comportamento dos gestores. 

Neste contexto, é desejável que a empresa tenha gestores que apresentem algumas características, como:

  • Liderança;
  • Disponibilidade de aprendizado;
  • Mapeamento e retenção de talentos;
  • Capacidade de gerir e mediar conflitos;
  • Capacidade de dar e receber feedback;
  • Ter proatividade, iniciativa e automotivação.

Líderes com essas características facilitam bastante o trabalho em diversos modelos de gestão, pois incentivam a comunicação na equipe.

Ajustar objetivos e expectativas

Com o diagnóstico feito, o gestor conseguirá compreender as características da empresa, bem como seu momento atual e o perfil dos colaboradores.

A partir disso, é mais fácil entender o que é necessário para aquele momento e como definir as ações e as ferramentas de gestão que farão com que as metas sejam alcançadas.

Isso, claro, traçando expectativas baseadas na realidade do negócio.

Percebe a importância de saber como escolher o modelo de gestão ideal? 

Em última análise, ele terá um impacto significativo no sucesso de sua empresa. Portanto, é fundamental tomar uma decisão informada ao decidir qual o modelo mais adequado.

Para tanto, vamos conhecer os tipos de gestão empresarial.

Os principais modelos de gestão

Principais modelos de gestão

Para gerir uma empresa com excelência, o responsável deve escolher um modelo que se encaixe nos objetivos da organização. 

Mas os estilos não são excludentes, e você pode adotar um modelo horizontal focado em resultados e processos, por exemplo.

E quais são os estilos de gestão? Conheça a seguir os principais modelos.

Gestão horizontal

Gestão horizontal, participativa ou democrática é um modelo que se concentra em capacitar os funcionários e delegar decisões de gestão a eles.  

Alocação de recursos, definição de indicadores de desempenho, dentre outras tarefas contam com a participação dos colaboradores.

Ele se baseia no princípio de que a administração deve ser descentralizada e que os colaboradores em todos os níveis devem estar envolvidos nas decisões gerenciais.

Confira algumas características deste estilo de gestão:

  • O consenso e a inclusão de ideias divergentes é o ponto central;
  • O papel do gestor é criar um ambiente favorável e aberto para que todos participem e dêem contribuições;
  • O bom ambiente permite ter baixo índice de retrabalho e maior abertura para inovação, além de criar equipes mais engajadas e produtivas.
  • Por outro lado, o maior número de discussões e contribuições por parte dos profissionais podem causar demora nas entregas dos projetos.

Você sabe o quanto a gestão da inovação impacta as empresas? Entenda mais sobre esse modelo de negócio

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Gestão vertical

Modelo de gestão vertical

A gestão vertical, hierárquica, autocrática ou autoritária é baseada no princípio da centralização. 

Ele envolve uma abordagem de gerenciamento de cima para baixo em que as decisões são tomadas no nível mais alto e depois implementadas pelos níveis mais baixos de gerenciamento.

Por isso, é um tipo de gestão empresarial que não tem muito espaço para criação e inovação, e pode engessar os colaboradores.

Outras característica do estilo são:

  • É um modelo comumente usado por grandes organizações, agências e órgãos governamentais;
  • A tomada de decisões é centralizada no gestor e requer dos gerentes uma abordagem top-down;
  • É um modelo que pode trazer mais burocracia, gerar retrabalho e, consequentemente, mais custos;
  • É um tipo de gestão modeladora que pode ser utilizado em períodos específicos que demandam padronização e organização, como no processo de adaptação de um colaborador muito jovem ou novo na equipe.

Gestão meritocrática

Modelo de gestão meritocrática

A gestão meritocrática visa promover a justiça e a igualdade, baseando as decisões de gestão em métricas objetivas de desempenho. 

Este estilo de gestão coloca ênfase na recompensa dos funcionários com base em seu desempenho real ao invés de antiguidade ou experiência. Ou seja, o profissional é valorizado conforme seu esforço e os resultados que alcança para a organização. 

Em geral, esse tipo de gestão organizacional é eficiente quando o comportamento do líder é pautado na transparência e na imparcialidade.

Conheça mais características deste modelo:

  • Apresenta maior turnover devido à cisão de time;
  • A empresa abriga alguns dos maiores talentos do seu segmento de atuação;
  • É um estilo de gestão que contribui para a motivação do profissional e, consequentemente, para os resultados da empresa;
  • Deve estar alinhada a um propósito, com as ferramentas de gestão e os processos sustentando essa identidade;
  • Pode gerar um ambiente muito competitivo dentro da empresa, o que demanda grande capacidade de gestão de pessoas por parte do líder.

Entenda como são as empresas que adotam a liderança transacional.

Gestão por resultados

Outro tipo de gestão organizacional é o gerenciamento por resultados, que é baseado no estabelecimento de metas e objetivos específicos pelo líder e por seus liderados. 

Este estilo de gerenciamento enfatiza a distribuição das responsabilidades e a medição constante do progresso em direção às metas.

Muitos especialistas entendem que deve ser um modelo transitório, assim como a gestão vertical, para que dê bons resultados. 

As principais características da gestão por resultados são:

  • A responsabilidade por alcançar ou não os resultados é de todos;
  • Demanda um perfil de líder mais participativo na hora de traçar objetivos, mas que dá autonomia à equipe e feedback constante;
  • Os setores da empresa trabalham de forma integrada e há tendência de se fortalecer o trabalho em equipe;
  • É um tipo de gestão interessante para empresas que estão em recuperação judicial ou no momento de abertura de capital (adoção em período curto de tempo);
  • Por outro lado, é um estilo que cobra bastante das equipes, que efetua corte de gastos (inclusive de áreas estratégicas) e que corre o risco de deixar o propósito da companhia de lado.

Gestão à vista

Modelo de gestão à vista

Um modelo de gestão que está ganhando popularidade nos últimos anos é o gerenciamento à vista. Ele se baseia no máximo compartilhamento de informações entre os colaboradores, o que pode ser feito com metodologias e ferramentas de gestão, como o kanban. 

Com isso, garante o feedback de curto prazo, aumenta a produtividade e a concentração dos times. 

Este estilo de gerenciamento tipicamente se baseia na análise de dados e métricas para ajudar os gerentes a identificar tendências e tomar decisões de gerenciamento informadas. 

Além disso, costuma ser utilizada com outras metodologias, sobretudo com gestões horizontal, por resultados, meritocrática e por processos.

Gestão por processos

A gestão por processos se concentra no gerenciamento e na melhoria dos processos de negócios por meio da análise sistemática e otimização de várias atividades.  

Uma das principais características do gerenciamento de processos é seu foco na melhoria contínua, que envolve a identificação e abordagem de quaisquer questões ou ineficiências à medida que elas surgem. 

Em outras palavras, é baseada no desejo de alcançar resultados pelo ganho na produtividade, diminuição de custos operacionais e satisfação do cliente. 

Veja algumas características:

  • Apresenta pouco ou quase nenhum olhar para inovação;
  • Há grande compromisso em atender às expectativas dos clientes;
  • Ferramentas de gestão, como o PDCA, suportam esse tipo de gestão empresarial; 
  • É comum em companhias que dependem muito da sua cadeia de produção para ter bom desempenho no negócio. 

Gestão por cadeia de valor

A gestão por cadeia de valor se relaciona de maneira íntima com o processo de transformação digital e com o mundo VUCA. É ele o responsável por criar as metodologias ágeis.

O ponto principal é ter o propósito da empresa e as dores do cliente (interno e externo) no centro do negócio, identificando as dores do usuário e entregando soluções para esses problemas. Isso é bastante comum na nova economia, inclusive.

As características principais da gestão por cadeia de valor são:

  • Foco nos interesses e movimentos do mercado;
  • Gestores voltados para proporcionar a melhor experiência para os colaboradores, e estes para o cliente; 
  • É um tipo de gestão organizacional que requer um desapego às noções tradicionais de hierarquia;
  • Apresenta tomadas de decisão ágeis, menos burocracia e projetos implementados mais rapidamente;
  • O modelo depende do envolvimento de toda a empresa, de uma mudança na cultura organizacional e no mindset (inclusive quanto à remuneração do profissional) por estar completamente relacionado ao propósito. 
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Conclusão

Os modelos de gestão orientam toda a atuação empresarial, desde processos a pessoas. Antes de escolher um tipo específico, é preciso fazer um diagnóstico para compreender as necessidades da organização.

Com os diversos tipos de gestão organizacional em mente, o executivo optará por aquele mais adequado ao momento – e pode escolher mais de um.

Seja com a gestão vertical em um curto espaço de tempo, seja com a gestão por cadeira de valor, as empresas devem encontrar maneiras eficazes de gerenciar suas operações a fim de alcançar o sucesso. 

Assim, podem alavancar seus negócios, atingir seus objetivos e permanecerem competitivas no ritmo atual  de inovação e mudança.

Falando em inovação, a gestão horizontal incentiva bastante a autonomia dos profissionais. Você já ouviu falar em moonshot thinking?